Com o avanço dos casos de dengue houve um grande aumento na procura por atendimento médico em postos de saúde e na demanda por leitos de internação, resultando em uma mobilização dos serviços de saúde em todo o país. De acordo com as diretrizes da Organização de Saúde Pan Americana 2022, a hidratação oral é essencial para tratar os casos de dengue e deve ser iniciada depois dos primeiros sintomas (febre alta, dor de cabeça ou no fundo dos olhos, fraqueza, dor intensa no corpo ou nas juntas) visando diminuir a progressão da doença para formas graves e o aparecimento de complicações.
“A ingestão de água é importante porque a doença retira o líquido de dentro dos vasos sanguíneos, o que pode comprometer a circulação, podendo ocorrer o extravasamento de plasma,”, alerta o médico intensivista Danilo Klein, gerente médico da Baxter.
A quantidade de água para cada paciente pode variar conforme o peso, o recomendado para pacientes com casos leves que receberão hidratação oral é de 60 ml/kg/dia de líquidos por quilo, ou seja, uma pessoa com 50kg deve ingerir 3 litros totais de água por dia.
Soluções intravenosas de hidratação
Em casos de dengue grave um dos principais tratamentos são as soluções intravenosas de hidratação, como o soro hospitalar. Mas engana-se quem acha que o soro caseiro de uso oral, feito com água, açúcar e sal, pode substituí-lo e ser eficaz para a pronta recuperação do paciente nessa fase da doença.
“O soro hospitalar é um dos mais importantes medicamentos, ele não faz apenas a hidratação do paciente, como faz parte do tratamento do choque hipovolêmico, que ocorre quando se perde grande quantidade de líquidos e sangue. As soluções intravenosas implicam em melhores desfechos clínicos quando usadas de forma correta por profissionais habilitados”, alerta o médico.
Leia: Brasil ultrapassa 650 mil casos de dengue
Ainda segundo Danilo Klein, os sinais de alerta que indicam o agravamento da doença na qual o paciente deve procurar uma emergência mais próxima são: dor abdominal (dor na barriga) intensa e contínua, sangramentos, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos em cavidades corporais (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico), hipotensão postural e/ou lipotimia: letargia e/ou irritabilidade.
Vacina
A vacina contra a dengue entrou no Calendário Nacional de Vacinação pela primeira vez em dezembro de 2023, atendendo 521 municípios distribuídos em 37 regiões de saúde do país. Para Fernanda Pimentel, diretora médica da Baxter. embora já exista a vacina contra a dengue, a prevenção é a melhor forma de se combater a doença.
“É importante ressaltar que as autoridades públicas e a população precisam estar atentas, pois o primeiro cuidado deve ser voltado para eliminar os focos do mosquito. As principais medidas são o uso de telas nas janelas, uso de repelentes e a remoção de recipientes que possam se transformar em criadouros de mosquitos” indica a médica.
Leia: Minas confirma mais 10 mortes por dengue em 24 horas
Em 2024 o Brasil pode ter uma das piores epidemias da história. Isto porque, nas primeiras sete semanas, mais de 650 mil casos foram registrados, segundo dados atualizados pelo Ministério da Saúde, e pelas projeções da pasta, o país deve chegar a 4,2 milhões de infecções até o final do ano, dado superior ao maior número registrado em 2015, ano da pior epidemia, que teve 1.688.688 casos de dengue.
A dengue é uma doença infecciosa e integra o grupo das arboviroses - doenças caracterizadas por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes - sendo transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. “A dengue é uma doença febril aguda e sistêmica, ela pode apresentar casos assintomáticos à graves, e se não tratada corretamente, pode levar ao óbito”, avisa Fernanda Pimentel.