Os problemas emocionais, tão comuns na atualidade, podem causar sintomas físicos como taquicardia, falta de ar, dores de cabeça e até mesmo a perda de memória -  (crédito:  ian dooley/Unsplash)

Os problemas emocionais, tão comuns na atualidade, podem causar sintomas físicos como taquicardia, falta de ar, dores de cabeça e até mesmo a perda de memória

crédito: ian dooley/Unsplash

A perda de memória repentina pode ter várias causas que envolvem algumas condições médicas mas também o estresse. De acordo com Mirella Fazzito, neurologista da Clínica Araújo e Fazzito, a falha súbita na memória pode ser decorrente de vários fatores que incluem algumas doenças neurológicas bem como problemas emocionais, estresse e traumas psicológicos.

Além disso, segundo a neurologista, o uso de algumas substâncias tóxicas, como álcool e drogas e os distúrbios do sono também podem afetar a memória e concentração. “A perda de memória, seja repentina ou progressiva, pode ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas. É muito importante procurar atendimento médico se você ou alguém que você conhece tiver qualquer dificuldade de memória. A presença de sintomas associados como dor de cabeça persistente, fraqueza, confusão ou mudanças súbitas de comportamento são sinais de alerta para a necessidade de investigação e acompanhamento, comenta a médica.

Causas

Algumas doenças podem levar a perda de memória repentina, como destaque para o Acidente Vascular Cerebral (AVC), "seja causado por um bloqueio ou por um rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro que pode atingir áreas responsáveis pelo armazenamento, processamento ou recuperação de memórias”, explica a médica. A doença matou 109.560 pessoas no Brasil em 2023, segundo dados do portal da transparência da Associação de Registradores de Pessoas Naturais.

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Amnésia global transitória

Alguns pacientes podem apresentar o que chamamos de amnésia global transitória: "Nesse tipo de amnésia, os indivíduos se tornam incapazes de armazenar novas memórias ou de recordar eventos que ocorreram durante o episódio. É súbita e temporária, durando em média 24h. E apresenta melhora espontânea. O diagnóstico é principalmente clínico, mas exames laboratoriais e de imagem são feitos para excluir outras doenças", esclarece Mirella Fazzito.

Mirella Fazzito diz q eo traumatismo craniano, decorrente de lesões depois de acidentes, também pode prejudicar as funções cerebrais, incluindo a memória.

A neurologista lembra ainda que existem algumas infecções cerebrais, como meningite ou encefalite, que também podem prejudicar a função cognitiva.

Doenças neurodegenerativas

As doenças neurodegenerativas também podem afetar a memória. "Afetam áreas cerebrais responsáveis pelo armazenamento, aprendizado, formação e recuperação da memória. Geralmente se iniciam com a perda da memória recente, funções executivas e atenção e, geralmente, evoluem acometendo outros sistemas funcionais cognitivos", alerta a médica.

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Alzheimer, demência vascular, demência por Corpos de Lewy, demência frontotemporal e a doença de Parkinson estão nesta lista. "A perda da memória é variável e, na grande maioria dos casos, ocorre de maneira progressiva", avisa a neurologista.

Causas psicológicas e emocionais

Os problemas emocionais, tão comuns na atualidade, podem causar sintomas físicos como taquicardia, falta de ar, dores de cabeça e até mesmo a perda de memória. “Situações de estresse agudo ou crônico podem interferir na capacidade do cérebro de processar e armazenar informações, resultando em lapsos de memória. O mesmo pode ocorrer com traumas emocionais muito significativos e até mesmo a depressão e a ansiedade”, complementa a neurologista.

Um diagnóstico precoce e tratamento adequado podem ajudar a minimizar os efeitos desse problema e melhorar a saúde, qualidade de vida e o bem-estar mental.