ilustração do corpo humano mostrando a localização dos rins -  (crédito:  julien Tromeur/Unsplash)

O aumento da consciência sobre a importância do cuidado com os rins é fundamental para a nossa sociedade

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Na próxima quinta-feira (14/3), celebra-se o Dia Mundial do Rim com a campanha focada no tema "Saúde dos rins para todos: porque todos têm o direito ao diagnóstico e acesso ao tratamento". Embora a avaliação da função renal dependa de um exame simples e acessível, da dosagem da creatinina no sangue, estima-se que aproximadamente 50 mil pessoas no Brasil percam suas vidas precocemente a cada ano devido à falta de acesso à diálise ou ao transplante renal.

Atualmente, cerca de 170 mil brasileiros estão em tratamento dialítico, enquanto mais de 10 milhões têm algum grau de disfunção renal. Globalmente, estima-se que 850 milhões de pessoas sofrem de doença renal, com muitas delas sem acesso ao diagnóstico ou tratamento adequados. 

O nefrologista e professor da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, Augusto Cesar Soares dos Santos, enfatiza a importância de todos realizarem o exame de creatinina, destacando a necessidade de conscientização sobre a saúde renal. “Ainda temos, no Brasil e no mundo, desigualdades na assistência à saúde renal, com regiões onde há barreiras no acesso ao diagnóstico e tratamento, especialmente à terapia renal substitutiva. O aumento da consciência sobre a importância do cuidado com os rins é fundamental para a nossa sociedade. É importante que a população participe desta campanha", destaca.

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O professor Augusto será empossado no Congresso Mundial de Nefrologia, que acontecerá de 13 a 16 de abril em Buenos Aires, Argentina, como membro do Comitê de Direção do Dia Mundial do Rim. Este conselho, composto por 10 membros de diferentes localidades do mundo, desempenha um papel fundamental na promoção da conscientização e na implementação de medidas para melhorar a saúde renal globalmente. 

Sintomas

Uma pessoa pode perder até 90% das funções renais antes de apresentar quaisquer sintomas. Em geral, nos estágios iniciais, a doença renal crônica (DRC) é silenciosa, ou seja, não há sintomas ou são poucos e inespecíficos. Por isto, o diagnóstico pode ocorrer tardiamente, quando o funcionamento dos rins já está bastante comprometido, muitas vezes em estágio muito avançado, sendo necessário tratamento de diálise ou transplante renal. Assim, a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, com exames de baixo custo, como a dosagem da creatinina no sangue e o exame de urina simples, são fundamentais.

Os sinais de progressão da DRC incluem tornozelos inchados, fadiga, dificuldade de concentração, diminuição do apetite, sangue na urina e urina espumosa.

Tratamento

Não há cura para a doença renal crônica, embora o tratamento possa retardar ou interromper a progressão da doença e prevenir o desenvolvimento de outras condições graves.

Os principais tratamentos são uma dieta adequada e medicamentos e, para aqueles que atingem o estágio final da doença renal, tratamento de diálise de longo prazo ou transplante de rim.

Nos estágios iniciais da doença, uma dieta adequada e medicamentos podem ajudar a manter o equilíbrio crítico do corpo que os rins normalmente controlariam. No entanto, na insuficiência renal, resíduos e fluidos se acumulam e é necessário o tratamento de diálise para remover esses resíduos e o excesso de fluidos do sangue.