As doenças cardíacas representam uma das principais causas de mortalidade global, afetando milhões de pessoas. No Brasil, estima-se que as doenças do coração foram responsáveis por aproximadamente 400 mil mortes, o que corresponde a cerca de 30% dos óbitos no país. Globalmente, as doenças cardiovasculares, como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca, também prevalecem, sendo responsáveis por um número significativo de mortes.
Fatores de risco como hipertensão, colesterol alto, obesidade, tabagismo, falta de exercício físico e uma dieta pobre são conhecidos por contribuir para o desenvolvimento de doenças. Segundo Priscila Bernardes, coordenadora do curso de Nutrição do Centro Universitário Newton Paiva, “a alimentação desempenha um papel crucial tanto na prevenção quanto no manejo dessas condições. Alguns alimentos são benéficos e podem melhorar a função cardíaca, enquanto outros podem aumentar o risco de problemas cardíacos”.
Alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais, grãos e legumes, são recomendados para a saúde do coração. Eles ajudam a reduzir os níveis de colesterol no sangue e a promover a saciedade, auxiliando na manutenção do peso. Além disso, são fontes de antioxidantes, que combatem a inflamação e protegem as células do coração. “O consumo de frutas, legumes e vegetais está associado com a menor incidência e mortalidade por doenças cardíacas e seus fatores de risco, como obesidade e diabetes tipo II”, destaca a coordenadora.
Já peixes gordurosos, como salmão e sardinha, são excelentes fontes de ácidos graxos e ômega-3, conhecidos por seus efeitos benéficos na saúde cardiovascular. O consumo regular desses peixes pode ajudar a reduzir a pressão arterial, diminuir os triglicerídeos no sangue e retardar o desenvolvimento de placas nas artérias. “Para evitar as doenças cardíacas, aumente, o consumo de gorduras mono insaturadas e poli insaturadas. Estes tipos de gorduras podem ser encontrados no azeite, peixes, castanhas e nozes”, afirma Priscila.
Por outro lado, alimentos ricos em gorduras saturadas, trans e colesterol podem ser prejudiciais à saúde do coração. Carnes vermelhas, laticínios integrais e alimentos processados ou fritos devem ser consumidos com moderação. Essa alimentação pode contribuir para o acúmulo de placas nas artérias, levando a doenças cardíacas.
O sal (sódio) é outro vilão para quem busca a saúde. O consumo excessivo de sal está associado à hipertensão, que é um importante fator de risco para doenças cardíacas. A recomendação é limitar a ingestão de alimentos altamente processados e fast food, que frequentemente contêm altos níveis de sódio. De acordo com a Organização Mundia da Saúde (OMS), uma pessoa adulta deve consumir diariamente menos que cinco gramas de sal. “Adicione sal somente durante o preparo dos alimentos. Para temperar a comida, vale caprichar em temperos naturais, em substituição ou diminuição do sal, como: orégano, salsinha, cebolinha e manjericão”, pontua a especialista.
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Além da dieta, o estilo de vida desempenha um papel fundamental na prevenção de doenças cardíacas. A prática regular de atividades físicas, a manutenção de um peso saudável, não fumar e o controlar o estresse são medidas essenciais para a saúde do coração. Juntos, dieta e estilo de vida podem não apenas prevenir, mas também controlar as doenças cardíacas e melhorar a qualidade de vida.
Por fim, é importante lembrar que, embora a dieta e o estilo de vida sejam fundamentais para a saúde cardiovascular, pessoas com risco elevado de doenças cardíacas devem buscar acompanhamento médico regular. “O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são cruciais para o manejo eficaz das doenças cardíacas e podem significar a diferença entre a vida e a morte”, destaca.