A vacina contra  dengue é tetravalente, conferindo proteção contra os quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença. Mas o principal meio de barrar grandes epidemias de dengue ainda é o combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti -  (crédito:  ImsoGabriel Stock/Pixabay)

A vacina contra dengue é tetravalente, conferindo proteção contra os quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença. Mas o principal meio de barrar grandes epidemias de dengue ainda é o combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti

crédito: ImsoGabriel Stock/Pixabay

O principal meio de barrar grandes epidemias de dengue ainda é o combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti, mas a chegada da vacina traz mais esperança de proteção à população. Segundo informações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde, o imunizante Qdenga, registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há um ano, tem eficácia global de 80,2% passa a proteger o indivíduo depois da aplicação da segunda dose.

Infectologista do São Cristóvão Saúde, Michelle Zicker, explica que a vacina é tetravalente, conferindo proteção contra os quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença. “A dose é composta de vírus vivo atenuado e apenas o sorotipo 2 do vírus foi usado na composição do imunizante. Utilizou-se a tecnologia do DNA recombinante, em que genes dos sorotipos 1, 3 e 4 foram usados para modificar geneticamente o tipo 2. Dessa forma, o imunizante estimula o organismo a produzir anticorpos específicos para cada um dos tipos de vírus da dengue”, detalha.

Leia: Vacina contra dengue: entenda por que idosos precisam de receita médica

A vacina da dengue entrou para o Calendário de Vacinação Nacional este ano, mas segue com baixa adesão do público-alvo, que já pode receber as suas doses. Para estimular a busca pela vacina, a especialista explica algumas das algumas das principais dúvidas da população.

Quem pode receber a vacina da dengue?

De acordo com a infectologista, a vacina é indicada para a proteção contra o vírus da dengue em crianças, adolescentes e adultos de 4 a 60 anos de idade, independentemente de infecção prévia. “Depois de uma infecção pelo vírus da dengue, recomenda-se um intervalo de 6 meses para a administração da vacina, mesmo que essa contaminação tenha acontecido após a primeira dose”, reforça Michelle. Nesse caso, o intervalo maior entre as doses não atrapalha no processo de imunização e não há a necessidade de reiniciar o processo.

Atualmente, a vacina está sendo aplicada em indivíduos na faixa etária de 10 a 14 anos, que residem em localidades prioritárias, com critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença no país.

Contraindicações, reações adversas e doses de reforço

Ainda de acordo com a especialista do São Cristóvão Saúde, crianças menores de 4 anos e adultos com mais de 60 anos, gestantes e lactantes, pessoas com hipersensibilidade aos componentes da vacina ou a uma dose anterior, com imunodeficiência congênita ou adquirida e com infecção pelo HIV sintomática ou assintomática, quando houver evidência de imunossupressão, não podem receber a vacina.

Leia: Vacina contra a dengue: tudo o que você precisa saber

“As reações adversas não são muito comuns após a aplicação da vacina, mas, depois da primeira dose, pode ocorrer casos de dor de cabeça, dor no corpo, cansaço, perda de apetite, sonolência e febre, além de dor no local da aplicação”, complementa a infectologista.

Combate ao mosquito Aedes aegypti 

Mesmo com a imunização, o trabalho de combate à proliferação dos mosquitos Aedes aegypti precisa ser feito rigorosamente, só assim há um controle real da doença. O Ministério da saúde recomenda as seguintes medidas:

  • Manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas/capas/tampas, impedindo a postura de ovos do mosquito Aedes aegypti;
  • Proteção contra picadas de mosquito, principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti é mais ativo durante o dia;
  • Proteção das áreas do corpo mais expostas, com o uso de calças e camisas de mangas longas;
  • Uso de repelentes;
  • A utilização de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas, além de manter o ambiente limpo e arejado.

Atualmente, não há dados que indiquem a necessidade de doses de reforço e os estudos continuam em andamento para responder a essa questão. Para este ano, são cerca de 6,5 milhões de doses a serem aplicadas, segundo plano de imunização do Ministério da Saúde.

“Uma pequena parcela da população estará imunizada e, dessa forma, o trabalho de combate à proliferação dos mosquitos Aedes aegypti precisa ser feito rigorosamente, para o controle da doença”, avisa Zicker.