A obesidade, que já afeta 600 milhões de pessoas no mundo todo, não gira em torno da preocupação com padrões de beleza. Especialistas alertam que é uma doença crônica, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo, capaz de causar alteração funcional, estrutural ou até mesmo comportamental, prejudicando a saúde de crianças, adolescentes e adultos.
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), em 2024, chama a população para falar sobre um tema tão importante. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – MG (Sbem MG) abraça a campanha em março e alerta para o número crescente de obesos no estado. Nesta segunda-feira (4/3), Dia Mundial da Obesidade, realiza uma live, às 19 horas, aberta ao público, em seu Instagram @sbemmg. Uma oportunidade para ouvir dicas de especialistas, novidades em tratamentos e alertas.
O último Atlas Mundial da Obesidade, lançado em março de 2023, pela Federação Mundial da Obesidade (WOF) apresentou números preocupantes. Segundo o relatório, uma em cada sete pessoas tem obesidade no mundo. A projeção para 2035 é que uma em cada quatro pessoas (quase dois bilhões) conviverá com a doença e mais de quatro bilhões viverá com sobrepeso, causando um impacto econômico de 4,32 trilhões de dólares. No Brasil, os números são alarmantes também, com um crescimento entre 2020 e 2035 de 2,8%.
A endocrinologista e presidente da Sbem MG, Flávia Coimbra, explica que, além do aumento do peso, doenças como o diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares, no fígado e articulares, apneia do sono, problemas no fígado, hipertensão, vários tipos de cânceres, dentre outras patologias, surgem como comorbidades que, se não controladas, podem levar a morte.
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Coimbra explica que já vivemos uma situação epidêmica e, portanto, a campanha deste ano não poderia ser melhor: Vamos falar sobre isso?. “Não é apenas uma questão de estética, mas sim de saúde. A obesidade é uma doença crônica multifatorial e tem várias raízes. Tem um componente genético importante, mas fatores ambientais, sociais, de saúde mental, medicamentos, podem influenciar no ganho de peso. A pessoa que vive com obesidade não é culpada pela condição.”
A presidente da Sbem MG explica que nem todas as pessoas com sobrepeso ou obesidade respondam bem apenas a estratégias de reeducação alimentar e atividade física, que são componentes fundamentais, mas nem sempre suficientes para o tratamento da obesidade. “É preciso um olhar atento e individualizado e também uma adequação às linhas de cuidado da obesidade.”