A anfetamina, uma droga sintética conhecida por seu efeito estimulante do sistema nervoso central, tem uma história complexa, que se entrelaça com os desafios contemporâneos da sociedade. Inicialmente desenvolvida para desobstruir as vias nasais, essa substância logo se mostrou popular entre aqueles que buscavam seus efeitos revigorantes. Sua ascensão à fama, no entanto, ganhou ímpeto durante a Segunda Guerra Mundial, quando soldados americanos e japoneses ingeriram mais de 200 milhões de comprimidos para combater a fadiga e manter a vigilância.



Embora a anfetamina possa conferir uma sensação de confiança, melhorar a capacidade motora e o foco, seu uso desenfreado e não supervisionado acarreta uma série de riscos à saúde. “A elevação da pressão arterial e da frequência cardíaca, e sintomas como irritabilidade e paranoia são apenas algumas das consequências negativas associadas ao consumo não regulamentado dessa substância”, explica o biólogo Paulo Jubilut, professor no Aprova Total.

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Jubilut explica que o aumento da tolerância à anfetamina frequentemente leva a um ciclo perigoso de consumo cada vez mais elevado, enquanto as atividades cotidianas perdem sua atratividade em comparação com os efeitos intensos da droga. “Muitos usuários, infelizmente, enfrentam um declínio na qualidade de vida, eventualmente mergulhando em estados de depressão”, aponta o professor.

Ritalina e o TDAH

Um parente próximo da anfetamina, a ritalina, também não escapa de controvérsias. Amplamente prescrita para tratar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), essa substância tem sido alvo de críticas devido ao aumento dos diagnósticos incorretos dessa condição. “O uso indiscriminado da ritalina pode resultar em efeitos adversos significativos, especialmente quando administrada a pacientes que não necessitam realmente do medicamento”, adverte Jubilut.

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Alertas sobre os perigos do diagnóstico precipitado de TDAH e o subsequente tratamento com ritalina ressoam em diversos setores. Não apenas a saúde mental das crianças está em risco, mas também seu desenvolvimento físico, já que a ritalina pode interferir em hormônios essenciais, incluindo os relacionados ao crescimento.

Excesso de telas

Segundo Jubilut, a busca incessante por estímulos, muitas vezes alimentada pelo uso de dispositivos eletrônicos, também está sob análise. "Estudos indicam que o uso excessivo de telas, como smartphones e computadores, pode afetar negativamente a memória e reduzir a capacidade cognitiva, levantando preocupações sobre os hábitos modernos e seu impacto na saúde mental e no desempenho intelectual", aponta.

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