O mês que comemora o Dia Internacional das Mulheres já começou e para celebrar nada melhor do que constatar os avanços que nós, mulheres em processo de amadurecimento, estamos experimentando. Nesse contexto, a Semana da Moda de Paris começou surpreendendo positivamente no que diz respeito à inclusão de pessoas maduras nos desfiles. A marca francesa Balmain, que tem por hábito visitar seus arquivos para criar coleções, resolveu nesse ano escolher também mulheres maduras para desfilar suas peças. Essa decisão representa mais um passo da indústria da moda em direção a uma maior inclusão nas passarelas.


Esse movimento reflete uma conscientização crescente dentro do setor de que a beleza e o estilo transcendem as barreiras da idade, desafiando as normas tradicionais que frequentemente marginalizam indivíduos mais velhos, especialmente as mulheres. A iniciativa da Balmain é apenas um exemplo, dentre muitos, de uma mudança mais ampla na indústria, que visa abarcar o mercado consumidor 50+, um segmento demográfico com significativo poder de compra e um desejo crescente de se ver representado na moda.


O mercado consumidor 50+ é comumente negligenciado pelas marcas em favor de um foco quase exclusivo nos consumidores mais jovens. Com maior poder aquisitivo e uma apreciação mais profunda pela qualidade e pelo estilo, o consumidor 50+ está ávido por uma moda que fale à sua individualidade e ao seu desejo de expressão pessoal. Ao reconhecer esse mercado, a Balmain – e outras marcas antes dela – está não apenas expandindo o seu alcance, mas também desafiando estereótipos de longa data sobre envelhecimento e moda.


A decisão da Balmain reflete uma mudança na percepção de quem é o público-alvo da moda de alta costura e quem pode ser um ícone de estilo. A mensagem implícita da marca com essa inclusão é a de que a moda é atemporal e que a beleza e o estilo não diminuem com a idade, o que auxilia a desfazer os estereótipos negativos associados ao envelhecimento e oferece às consumidoras em processo de amadurecimento modelos de identificação, incentivando-as a experimentar e desfrutar a moda sem restrições.


Importante destacar que a movimentação em direção à inclusão do mercado 50+ na moda não é apenas uma questão de representatividade; é também uma decisão estratégica de negócios. O mercado 50+ possui um potencial de gasto considerável, com muitos na posição de comprar produtos de alta qualidade e de preço mais elevado. As marcas que reconhecem e se adaptam às necessidades e desejos desse grupo demográfico não apenas ampliam seu alcance no mercado, mas também constroem lealdade entre um conjunto de consumidores que valoriza a inclusão e a representação.


A decisão de algumas marcas, como a Balmain, de usar modelos em processo de amadurecimento, aponta para uma mudança significativa na indústria da moda, uma que reconhece a riqueza e a diversidade do mercado consumidor. Ao acolher a diversidade etária, a moda pode se tornar mais inclusiva, relevante e atraente para todos. Esta abertura para o mercado 50+ não é apenas a prova do potencial de gasto desse grupo, mas também do seu desejo de se ver representado naquilo que consome, desafiando a indústria da moda a repensar o que significa envelhecer com estilo.

 

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