Ansiedade, insônia, dificuldades respiratórias e obesidade são os principais motivos da falta de sono, revela a pesquisa global 2024, da ResMed, em consonância com o Dia Mundial do Sono, comemorado nesta sexta-feira (15/3). O estudo mostra os desafios críticos do sono enfrentados em todo o mundo, como os quase 40% dos entrevistados que não dormem mais do que três noites de sono reparador por semana – e alguns indivíduos afirmam dormir apenas uma.

Em seu quarto ano, a pesquisa é fundamental para a campanha “Descubra seus superpoderes do sono" e contou com 36 mil participantes em 17 países fornecendo percepções sobre o estado de sono em todo o mundo. Em toda a população pesquisada, apenas 13% dos entrevistados relataram dormir bem todas as noites. Os japoneses (57%) lideraram a lista em termos de número de noites mal dormidas por semana, enquanto os indianos foram os mais descansados, com 27% afirmando que dormem bem todas as noites.



Ainda, os entrevistados relataram sentir sonolência excessiva durante o dia (50%), sentimentos negativos pela manhã (40%) e mais irritabilidade (39%). O Brasil está entre os quatro países com a maior duração média de sono, 7,1 horas por noite. Os outros três são: Hong Kong, Índia e Tailândia. No entanto, os brasileiros aparecem como os mais incomodados com a falta de sono ideal. Eles dormem em média 1,25 hora a menos. De acordo com o instituto nacional do sono dos Estados Unidos, são recomendadas oito a nove horas de sono por dia.

E mesmo com o incômodo, apenas 38% dos entrevistados no Brasil consultaram um profissional médico sobre dificuldades de sono, sendo que 10% foram testados e diagnosticados com algum distúrbio do sono.

A importância do sono

“Com o sono sendo o terceiro pilar da saúde, ao lado da dieta e dos exercícios, priorizar o sono é uma das maneiras mais eficazes de melhorar sua saúde geral”, diz Carlos M. Nunez, Diretor Médico da ResMed. “Com mais de 936 milhões de pessoas em todo o mundo afetadas pela apneia do sono, é preocupante saber que, das 36 mil pessoas que pesquisamos, 40% dormem menos de três boas noites por semana. Neste Dia Mundial do Sono, queremos capacitar as pessoas para que assumam o controle da saúde de seu sono e conversem com seus profissionais de saúde, pois o sono ruim pode ser um indicador de doenças como a apneia do sono.”

A conscientização sobre a apneia do sono, uma doença crônica na qual os músculos da garganta relaxam a ponto de entrar em colapso, restringindo o fluxo de ar e fazendo com que o paciente pare de respirar repetidamente durante a noite, também cresceu. Entre os entrevistados da pesquisa, 57% estão cientes da condição, sendo que as pessoas no Japão (78%) e na Coreia (75%) relataram o maior conhecimento da condição. No entanto, apenas 26% dos entrevistados foram diagnosticados.

De acordo com a pesquisa, os entrevistados apontaram três principais benefícios após uma boa noite de sono, sendo eles: maior concentração (50%), aumento da produtividade (51%) e melhoria da saúde mental (44%).

Aos 64 anos, administrador de empresas, advogado e atleta amador master desde os 40, Aluizio Maia conhece bem a importância de uma noite de sono tranquila e revigorante para se manter ativo e vivo.

Aluízio foi diagnosticado com apneia do sono moderada em 2002, mas em 2012, após fazer um novo exame, descobriu que seu quadro tinha piorado significativamente, com mais de 30 eventos por hora. Isso o impedia de atingir o sono REM, que é um dos estágios profundos de adormecimento tão necessário para recuperação, especialmente para um atleta como ele.

"Minha qualidade de sono era tão ruim que eu ficava enrolando para ir para cama dormir. Uma apneia severa estava me afetando de maneira significativa. Acordava com dores de cabeça e enxaquecas, às vezes várias vezes por mês, o que me deixava incapaz de trabalhar e me concentrar por grande parte do dia", conta o administrador.

"Minha qualidade de sono era tão ruim que eu ficava enrolando para ir para cama dormir"

ResMed/ Divulgação

"Vivia irritado, estressado, as enxaquecas que sempre me acometiam me deixavam totalmente desnorteado. Até que a dor passasse, e não tinha remédio, não tinha o que fazer, tinha que esperar. Isso tudo impactava diretamente a minha produtividade, meu desempenho no esporte e meu relacionamento com as pessoas, porque estava sempre irritado, sempre de alguma forma intransigente", conta o sexagenário.

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O ponto de virada ocorreu em 2022, com o tratamento de apneia, utilizando um aparelho que consiste em um gerador de fluxo de ar ambiente, impedindo o fechamento da garganta enquanto a pessoa dorme. O uso do dispositivo evita o ronco e apneia.

"Adquiri o aparelho, comecei a usá-lo e isso mudou tudo. Passei a dormir bem, acordar com disposição, não sofro mais com enxaquecas e não tenho mais sono durante o dia. Minha performance esportiva melhorou, minha irritação diminuiu e meu senso de alerta durante o dia aumentou. Minha qualidade de vida melhorou substancialmente. Minha esposa me apoiou nesse processo, e o tratamento não afetou nossa rotina", afirma Aluízio.

Pedalando em plena Estrada Real - de Diamantina (MG) até Paraty –, resgatando cachorros abandonados pelos caminhos coloniais e levando algumas quedas durante o trajeto, aos 64 anos, Aluízio se sente altivo e satisfeito com a mudança de vida bem sucedida.

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