Baixa umidade relativa do ar e queda de temperatura são características do outono, estação que deve chegar no próximo dia 20 de março. O ar fica mais seco e, neste ano, a temperatura deve ficar acima da média dos anos anteriores, reflexo do El Niño. O clima fica propício para a proliferação das queimadas, contribuindo para uma maior concentração de poluentes no ar. O resultado é o aumento de doenças respiratórias, tais como resfriado, gripe, crise de asma, bronquite, sinusite e pneumonia. Conforme dados do Sistema Único de Saúde (SUS) há um aumento entre 30% e 40% de atendimento a pacientes com doenças respiratórias entre abril e julho (outono/inverno), principalmente de idosos. Por isso, o cuidado com o público 60+ tem de ser redobrado.



“O clima fica propício para a disseminação dos vírus – transmitidos por gotículas - causadores de infecções que acometem as vias respiratórias superiores, como renites e sinusites, e as doenças pulmonares, como asma, bronquite, pneumonia e a COVID-19”, detalha Carlos Eduardo Sampaio, geriatra e gerontólogo do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP). “Idosos, sobretudo os portadores de doenças crônicas e processos mais adiantados de fragilidade, estão entre os grupos que necessitam de maior atenção, devido ao alto grau de complicações e desfechos negativos dessas patologias”, alerta.

De acordo com o especialista, o cenário ideal é evitar qualquer risco que possa desenvolver tais doenças. “A prevenção segue como medida de maior impacto positivo, ou seja, ter hábitos de vida saudáveis, como boa alimentação, hidratação, controle de doenças crônicas de base e atividades físicas regulares, mesmo que leves. Tudo isso contribui positivamente para o aumento da imunidade”, diz.

Outros pontos de atenção com idosos incluem evitar aglomerações, manter distância de familiares ou cuidadores com sintomas gripais, garantir a permanência em ambientes arejados, higienizar constantemente as mãos e, caso o clima esteja muito frio, utilizar um aquecedor de ambiente, associado ao uso de umidificador, pois nosso inverno apresenta baixa umidade do ar. Também é importante garantir a higienização de mantas, cobertores e edredons antes de utilizá-los.

O mesmo cuidado se deve ter com roupas mais quentes, que passaram os últimos meses guardados. É o meio adequado de eliminar poeira e microrganismos que podem desencadear quadros alérgicos. Ao frequentar locais rotineiros, como supermercados, bancos e locais similares, procurar usar máscara de proteção.

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O médico destaca que a carteirinha de vacinação precisa estar em dia. “As medidas de imunização são mandatórias e têm um impacto altamente positivo. Dessa forma, é essencial manter o calendário vacinal atualizado para influenza, COVID-19 e pneumonia (vacinas Pneumo 13 e Pneumo 23)”, salienta. As vacinas estimulam o sistema imunológico a produzir anticorpos, auxiliando na imunização. Ou seja, atuam na prevenção e evitam a evolução de quadros mais gaves de uma doença.

“A orientação é para que, em casos de febre persistente, tosse, falta de ar e expectoração, seja procurada a assistência médica, a fim de evitar evoluções desfavoráveis”. aconselha.

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