Com a chegada do outono no Brasil, observa-se um aumento de doenças causadas por vírus e bactérias, sobretudo as alergias e doenças respiratórias. É um tal de garganta “raspando”, tosse seca, coceira nos olhos, nariz congestionado. Dentre as doenças respiratórias alérgicas mais frequentes em todo o mundo, estão a rinite alérgica e a asma. A co-ocorrência destas condições é frequentemente observada em pacientes e a estimativa é que somente a asma afete aproximadamente 339 milhões de pessoas em todo mundo. Estudos prévios descreveram alta prevalência de rinite alérgica e polinose em populações específicas no Sul do Brasil, enquanto a prevalência de asma parece estar dentro da média nacional e internacional.



Dados sobre essa temática estão no estudo intitulado “Prevalência de asma, rinite alérgica e polinose em uma cidade do Brasil: um estudo de monitoramento. Alergologia e Imunopatologia”. De acordo com o professor de Medicina Jean Besson, especialista em Imunologia, na maior parte do mundo, mais pessoas são diagnosticadas com asma todos os anos, e vários fatores que contribuem têm sido associados a uma tendência crescente na prevalência da asma. “Dentre eles, um estilo de vida ocidentalizado e a rápida urbanização levam a mudanças no ambiente, mudanças na alimentação, maior permanência em locais fechados, exposição a aeroalérgenos ambientais e outras condições que impactam nas condições de saúde, como doenças alérgicas.

Rinite, asma, febre do feno, bronquite

Nesta época do ano, em que há mudança de clima para temperaturas mais amenas e maior queda de flores e folhas das árvores, além da rinite e da asma, estão a febre do feno (polinose) e bronquite relacionadas à exposição aos alergênico, incluindo poeira, mofo, ácaros e poluentes. “Também podem ser listadas as infecções bacterianas, incluindo amigdalites, otite, pneumonia e sinusites.” Portanto, para os indivíduos que já tenham sido diagnosticados anteriormente com alergias (respiratórias, dermatite atópica ou de contato), devem evitar re-exposições subsequentes aos agentes sensibilizadores das respostas alérgicas. “O sistema imune tende a apresentar respostas amplificadas e nocivas, manifestando sinais e sintomas com espectro variável”, completa o professor.

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Segundo ele, não existem vacinas conhecidas que evitam o desenvolvimento de respostas alérgicas. Entretanto, a consolidação dos esquemas vacinas, especialmente durante o desenvolvimento pós-natal, favorece a plasticidade do sistema imunológico. “Diante disso, ao realizar a “proteção” contra os agentes etiológicos responsáveis por doenças bacterianas e virais, o organismo é beneficiado e auxilia no controle de doenças “atópicas”. Mesmo aqueles que não apresentam respostas alérgicas, é importante manter a hidratação, a suplementação com vitaminas imunoestimulantes, além de conhecer o histórico de doenças alérgicas e ou respiratórias da família.”

Doença autoimune

Poucos sabem, mas uma alergia ou infecção respiratória podem evoluir para uma doença autoimune. “Contudo, existe um fenômeno de capacitação do sistema imune, denominado “tolerância imunológica”. Neste caso, antes de combater os corpos estranhos denominados “antígenos”, as nossas células chamadas de linfócitos devem ser apresentadas ao nosso próprio organismo. Eventualmente, o processo pode apresentar falhas e o nosso organismo reconhece nossas células como “corpos estranhos”, e o sistema imune ataca e destrói nossas células saudáveis. Algumas bactérias, especialmente, possuem componentes proteicos semelhantes aos componentes do nosso organismo, sendo que doenças autoimunes podem resultar da falha decorrente deste processo. Literalmente, o organismo ataca o nosso corpo que compartilha algo em comum com as bactérias, “acreditando” que está livrando o tecido dos microrganismos”, detalha o professor. 

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Dicas para se prevenir de alergias e doenças respiratórias

  • Manter o controle da hidratação e da umidade relativa do ar;
  • Manter a casa higienizada, livre de ácaros, mofo e poeira;
  • Evitar locais classificados como “ambientes com poluição elevada”;
  • Evitar locais com poluição elevada;
  • Realizar a correta higienização dos alimentos.
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