A atriz reforçou a importância sobre falar do prazer feminino -  (crédito: YouTube/ Reprodução )

A atriz reforçou a importância sobre falar do prazer feminino

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Sexo anal, pompoarismo e engolir ou não sêmen foram alguns dos assuntos abordados durante o último episódio do programa Surubaum, liderado por Giovana Ewbank e Bruno Gagliasso. Na ocasião, a atriz Deborah Secco, de 44 anos, destacou a importância em entender o próprio corpo, bem como praticar apenas o que gosta. “Então o sexo anal para mim é legal, muito prazeroso. Não faço por pressão masculina, faço porque é legal para mim", comentou.

Não é recente a liberdade com que a intérprete da Bruna Surfistinha trata de temas considerados tabus. Em 2020, por exemplo, ela criticou o moralismo com que suas declarações sobre sexo são vistas. “As pessoas continuam achando um absurdo falar de sexo. Nasceram da fotossíntese dos pais”, debochou na época. Em outras ocasiões, Deborah relembrou como é a vida sexual com seu marido, o diretor Hugo Moura, com quem tem um relacionamento aberto, depois de engravidar e após quase 10 anos de casados. “Engraçado que depois que a Maria nasceu qualquer coisa vira motivo. São poucas oportunidades, então vamos aproveitar todas. Qualquer passada de mão na cabeça vira motivo”, disse.

A atitude da atriz represente a liberdade que as mulheres têm tido para abordar os seus desejos sexuais sem tabus e com naturalidade, no entanto, as práticas devem seguir algumas orientações para a segurança dos envolvidos, levando em consideração sempre o prazer mútuo, respeito e consentimento. “Quando a gente trata de sexo anal, por exemplo, não é uma questão de ‘quem ou não pode’, mas de quem se sente à vontade e confortável. Desde que estejam preparados física e mentalmente para a experiência”, destaca Tamara Zanotelli, sexóloga, terapeuta sexual e membro da Associação Brasileira dos Profissionais de Saúde Educação e Terapia Sexual (Abrasex).

Apesar de parecer que todo mundo pode se aventurar, a sexóloga alerta para algumas exceções, como indivíduos com condições médicas que contra indiquem essa prática. Caso de fissuras anais, infecção ou alguma doença que pode ser agravada pelo sexo anal. “Lembrando que a penetração em si não é um alavancador de uma hemorroida, mas pode contribuir para machucá-la ainda mais”.

Outras dicas e cuidados para a prática, segundo Tamara:

1. Conversar com o parceiro(a): ver os limites do outro
2. Preliminares: a etapa não se restringe só ao toque, mas perpassa o conhecer o corpo do outro
3. Lubrificação: para eliminar as chances de desconforto e lesão. “Hoje no mercado há diversos lubrificantes específicos para o sexo anal”
4. Higiene: “Isso evita principalmente o contato entre o ânus, vagina e boca, por exemplo”, explica. Isto é, tomar banho antes e depois da prática
5. Proteção para prevenir Ist’s, dst’s: “O uso de preservativo é imprescindível, indiferente de ter um parceiro fixo ou não. Isso reduz o risco de uma infecção por essa via”, ressalta e alerta para a qualidade do preservativo usado

E tem conexão?

Durante o bate papo, a atriz comentou que gosta da prática em razão do prazer maior que ela sente - ocasionando a sensibilidade do clitóris. Tamara explica que não há estudos que comprovem essas respostas sensoriais, sendo que variam consideravelmente de pessoa para pessoa. "O que sabemos é que essa sensação se dá por uma rede de nervos pélvicos que interligam diferentes áreas genitais e durante o sexo anal, com a estimulação do ânus e das regiões próximas ali, ela pode ativar esses nervos. Isso acaba transmitindo uma sensação mais prazerosa e acaba se refletindo no clitóris. Mas nem toda mulher vai experimentar isso".

Polêmica

Seja por intimidade, selo de masculinidade, herança de um consumo massivo de pornografia, engolir o gozo é uma questão, aceitável para alguns e para outros não, mas que não se sabe a origem. Durante a entrevista de ontem, a atriz revelou "nunca" cuspir o gozo e até lamber quando cai na barriga. "Eu nunca cuspi e te digo mais: às vezes goza na barriga e eu vou lamber. Tem uns que tem gosto de éter, mas tem uns que são gostosinhos". Certo ou errado, ninguém sabe. Tamara lembra que o importante é o jogo justo. "Se está bom para todos, porque não?", dispara.

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Por que há alguns riscos, como a sexóloga informa. "Engolir o esperma implica em muitos riscos para a nossa saúde, principalmente relacionados à transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, já que pode conter vírus como o do HIV e outros patógenos". Isto é, conhecer o estado de saúde do parceiro sexual, ou então, usar métodos de proteção , como o preservativo. "Não podemos deixar de falar das bactérias que temos na boca, elas acabam aumentando muito a probabilidade de ter infecção, principalmente se a pessoa tem uma ferida na boca, gengiva ou garganta, e acabam interagindo o esperma e causando complicações", alerta Tamara.
Por fim, a sexóloga destaca, ainda que raros, que algumas pessoas desenvolvem alergia ao esperma ou aos seus componentes. "Desde reações leves ao choque anafilático". Além disso, ela pontua que o sabor do gozo vai variar de pessoa a pessoa, dependendo da alimentação e hidratação. "O importante é a pessoa saber dessas possibilidades", destaca.

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.