O ar frio funciona como um irritante de vias aéreas diminuindo o movimento ciliar, aumentando a produção de muco nasal e, assim, reduz a resposta imunológica -  (crédito: CDC/Unsplash)

O ar frio funciona como um irritante de vias aéreas diminuindo o movimento ciliar, aumentando a produção de muco nasal e, assim, reduz a resposta imunológica

crédito: CDC/Unsplash

 

À medida que o cenário muda de cor, o outono traz consigo não apenas uma mudança na paisagem, mas também um aumento nas doenças respiratórias. A transição para temperaturas mais amenas pode ser um gatilho para gripes, resfriados, bronquites, pneumonia e asma, deixando muitos buscando maneiras de se proteger e manter a saúde respiratória.

 

Desafios do outono para a saúde respiratória

Segundo Elie Fiss, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, normalmente, nos próximos meses, há um grande aumento do número de doenças respiratórias. “O outono é particularmente uma estação desafiadora para a saúde respiratória devido a vários fatores interligados. As temperaturas mais frias levam as pessoas a passarem mais tempo em ambientes fechados, facilitando a transmissão de vírus. Além disso, o ar frio funciona como um irritante de vias aéreas, então essa irritação diminui o movimento ciliar, aumenta a produção de muco nasal e diminui a resposta imunológica”.

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As oscilações bruscas de temperatura obrigam o corpo a se esforçar para se manter regulado. Essa adaptação pode enfraquecer temporariamente o sistema imunológico, tornando as pessoas mais vulneráveis a infecções. “Indivíduos com condições pré-existentes, como asma ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), podem encontrar desafios adicionais, como dificuldades em respirar ou agravamento dos sintomas, devido ao ar frio e seco, portanto não devem interromper seu tratamento”, enfatiza o médico. 

Doenças mais comuns

As doenças respiratórias que frequentemente marcam o outono incluem:

  • Gripe e resfriado: caracterizados por tosse, dor de garganta e febre.
  • Bronquite e pneumonia: infecções mais graves que afetam os pulmões, muitas vezes necessitando de tratamento médico.

"Além das doenças infecciosas, observamos uma exacerbada incidência de sintomas relacionados à rinite, asma, sinusite e agravamento do quadro em pacientes com enfisema pulmonar. Isso se deve às abruptas mudanças de temperatura no outono, que podem causar aumento da congestão nasal, produção excessiva de muco e secreções nasais, criando um ambiente propício para o surgimento de infecções", esclarece Elie Fiss. 

Medidas preventivas

Para minimizar o risco de doenças respiratórias, as seguintes medidas são recomendadas, de acordo com o médico pneumologista:

  • Vacinação contra a gripe: medida crucial para reduzir o risco de infecção grave.
  • Higiene rigorosa: lavagem frequente das mãos e uso de máscaras em locais públicos fechados.
  • Evitar contato com pessoas doentes: para reduzir a exposição a vírus e bactérias.
  • Manutenção da higiene nasal e ambientes ventilados: para evitar o ressecamento das vias respiratórias.

Sintomas

É importante estar atento aos sintomas típicos como tosse, dor de garganta, coriza e dificuldade para respirar. A febre alta, fadiga e dores no corpo são sinais de alerta que exigem atenção médica, especialmente se não melhoram em poucos dias.

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"É fundamental buscar atendimento médico sempre que houver febre a partir de 39º C, sintomas respiratórios persistentes, evitando a automedicação", enfatiza Elie Fiss. "Se os sintomas respiratórios se agravarem, é importante procurar um médico pneumologista para identificar a causa do aumento da tosse, falta de ar e chiado no peito, possibilitando o tratamento adequado em cada caso." 

Recomendações adicionais para a saúde respiratória

Além das medidas preventivas padrão, uma dieta equilibrada rica em vitaminas e minerais, exercícios físicos regulares e abandonar o tabagismo, além de evitar o contato com agentes poluentes, podem fortalecer o sistema imunológico e apoiar a saúde respiratória durante o outono.