No Brasil, há três categorias principais de medicamentos: pioneiros, genéricos e similares. As variações entre eles envolvem o registro, a nomenclatura e, às vezes, os excipientes. No entanto, todos devem atender aos padrões de eficácia, segurança e qualidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
No campo farmacêutico, há distinções bem definidas entre tipos de medicamentos. Para esclarecer o tema, é fundamental compreender as três categorias principais.
Medicamentos Pioneiros (ou de Referência)
São aqueles que passaram por todos os testes necessários para comprovar sua eficácia, segurança e qualidade, sendo aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Eles são os primeiros a serem registrados no país e servem como base de comparação para outros medicamentos. São desenvolvidos e patenteados por uma empresa farmacêutica, e, por isso, são reconhecidos pelo nome comercial escolhido pela indústria que o detém.
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Medicamentos Genéricos
São cópias de medicamentos pioneiros que já tiveram sua patente expirada. Eles têm a mesma composição química, concentração, forma farmacêutica, eficácia, segurança e qualidade do medicamento de referência. No entanto, são produzidos por diferentes fabricantes e são vendidos sob o nome do princípio ativo (substância química) que compõe o medicamento.
Segundo Tiago de Moraes Vicente, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), os genéricos se destacam como os mais prescritos e amplamente utilizados na prática médica. “Em 2023 mercado dos genéricos alcançou mais de 1 bilhão de unidades vendidas, mais de 60 milhões de prescrições e atualmente tratam cerca de 95% doenças no Brasil”, conta.
Aqui estão os 6 genéricos mais prescritos e suas principais funcionalidades:
1 - Losartana: reconhecida por seu papel crucial no tratamento da hipertensão, é um medicamento amplamente prescrito para ajudar a controlar a pressão arterial elevada.
2 - Dipirona sódica: poderoso analgésico, é frequentemente recomendada para aliviar a dor em uma variedade de condições, desde dores de cabeça até dores musculares intensas.
3 - Sinvastatina: desempenha um papel crucial na redução dos níveis de colesterol no sangue, ajudando a prevenir doenças cardiovasculares graves, como ataques cardíacos e derrames.
4 - Nimesulida: conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias, é frequentemente prescrita para o tratamento de inflamações e dores associadas a condições como artrite, tendinite e outras doenças inflamatórias.
5- Sildenafila: tratamento eficaz para a disfunção erétil, tem sido uma fonte de esperança e melhora na qualidade de vida para muitos homens em todo o mundo. Além disso, pode ser utilizada na hipertensão arterial pulmonar, melhorando a capacidade para realização de exercícios e retardar a piora clínica.
6- Simeticona: quando se trata de desconforto gastrointestinal causado por gases, ela se destaca como uma solução eficaz. Este medicamento ajuda a reduzir a formação de bolhas de ar no trato gastrointestinal, aliviando eficazmente os sintomas de inchaço abdominal, dor e desconforto associados aos gases.
“Estes seis desempenham papéis vitais em diversas áreas da saúde, proporcionando alívio e melhorias significativas na qualidade de vida para milhões de pessoas em todo o mundo,” reitera o presidente.
Medicamentos Similares
Também têm a mesma composição química, concentração, forma farmacêutica, eficácia, segurança e qualidade dos medicamentos de referência, porém, diferem em relação ao fabricante. Eles também passam por estudos de biodisponibilidade com os medicamentos de referência, o que significa que produzem o mesmo efeito no organismo quando administrados na mesma dose. No entanto, os similares podem ter diferenças em relação aos excipientes (substâncias inertes) utilizados na formulação. Assim como os pioneiros, os similares são vendidos pelo nome comercial.
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Em suma, a distinção principal entre medicamentos de referência, genéricos e similares reside no processo de registro, no nome comercial e, ocasionalmente, nos excipientes da formulação. Contudo, em termos de eficácia, segurança e qualidade, todos devem atender aos rigorosos padrões estabelecidos pela Anvisa.