A Diretoria de Vigilância em Saúde de Cuiabá, no Mato Grosso, emitiu nessa quinta-feira (4) um alerta sobre o risco crescente de febre oropouche (FO), uma doença viral transmitida pelo mosquito conhecido como “maruim” ou “pólvora”. A medida pretende reforçar a vigilância e a detecção precoce de casos suspeitos no estado.
Conforme o órgão municipal, a iniciativa é uma resposta aos diversos surtos da infecção registrados em regiões do Brasil, Equador, Guiana Francesa, Panamá, Peru e Trinidad e Tobago, todas este ano.
Até o momento, não há casos confirmados da doença no Mato Grosso.
No Brasil, segundo a Vigilância em Saúde, até 24 de fevereiro, foram detectadas 2.104 amostras positivas do vírus, sendo a maioria concentrada na Região Norte, principalmente no Amazonas.
A febre oropouche é uma doença causada por um arbovírus, ou seja, um vírus transmitido por um mosquito, assim como ocorre com a dengue, zika e chikungunya. Mas não é só isso que as doenças têm em comum, os sintomas entre as duas infecções também são parecidos: dor muscular, dor de cabeça, dor nas articulações, náusea e vômitos e diarreia.
“Embora a febre possa causar sintomas debilitantes e complicações sérias, ela é considerada menos perigosa do que a dengue em termos de potencial para causar doenças graves”, avalia o Manuel Palacios, infectologista do Hospital Anchieta.
De acordo com o Ministério da Saúde existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença. O Ciclo Silvestre, que neste os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo. E o Ciclo Urbano, neste os humanos são os principais hospedeiros do vírus.
“A melhor forma de proteção contra a febre de oropouche é evitar picadas de mosquitos, e isso pode ser feito pelo uso de repelentes e investindo em roupas que cubram a maior parte do corpo. Além de evitar a proliferação de mosquitos”, acrescenta o infectologista.
Não existe tratamento específico. Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico. (Com informações do Estado de Minas)