A trombose não é perigosa apenas por afetar o fluxo sanguíneo, seu maior risco está na evolução para embolia pulmonar -  (crédito: pressfoto/freepik)

A trombose não é perigosa apenas por afetar o fluxo sanguíneo, seu maior risco está na evolução para embolia pulmonar

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As doenças vasculares têm se tornado cada vez mais comuns no cotidiano dos brasileiros. A Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) aponta uma alarmante realidade com o elevado número de cirurgias para problemas de varizes e trombose. O estudo usou os dados do Ministério da Saúde e identificou que entre janeiro de 2012 e agosto de 2023, mais de 489 mil brasileiros foram internados devido à trombose. A média é que apenas no último ano, 165 pessoas tenham sido hospitalizadas na rede pública diariamente. Minas Gerais foi o segundo estado com o maior número de pacientes (77.823).

O angiologista, cirurgião vascular e membro titular da SBACV, Josualdo Euzébio Silva, explica que a trombose venosa profunda surge através da formação de um ou mais coágulos nos vasos, comprometendo o fluxo sanguíneo. A patologia se desenvolve, principalmente, nos membros inferiores, área em que a circulação até o retorno ao coração é naturalmente mais lenta.

Grupo de risco 

Existem alguns fatores de risco para a condição, sendo mais comum em pessoas que apresentam casos familiares para a trombose, ou seja, um indício de predisposição genética, ter 40 anos ou mais, ser idoso e ter passado por cirurgias e/ou hospitalizações que obrigam o paciente a permanecer imóvel por longos períodos. Os hábitos adquiridos ao longo da vida, como o fumo, consumo de álcool, sedentarismo, obesidade e alimentação inadequada (colesterol alto), também ampliam os riscos.



As mulheres possuem motivos extras devido à gravidez, ser o grupo mais propenso a desenvolver varizes e fazer uso de medicamentos hormonais, como anticoncepcionais e repositores, possuindo estrogênio em sua composição. 

A patologia tem uma origem silenciosa e costuma dar sinais, quando já está avançada. Os sintomas mais comuns são o inchaço e elevação da temperatura no local, vermelhidão, queimação, dor e sensação de peso. Geralmente, o inchaço ocorre na panturrilha, porém, pode se estender para a coxa, tornozelos e os pés. 

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A trombose não é perigosa apenas por afetar o fluxo sanguíneo, seu maior risco está na evolução para embolia pulmonar. O cirurgião afirma que a doença é causada pelo desprendimento do coágulo de seu ponto de origem, avançando pela circulação até o pulmão, podendo culminar com morte. Nesta situação, é normal sentir desconforto no peito, dificuldade para respirar, tossir sangue, ter alteração na frequência cardíaca, queda de pressão, sensação de tontura e desmaio, indicando a necessidade de procurar um hospital rapidamente.


O diagnóstico é feito por um especialista, através de análise do quadro clínico e exame físico, alguns casos necessitam de ultrassonografia Doppler e exame de sangue. O tratamento é simples, envolvendo a prescrição de anticoagulantes, assim como o uso de meias de compressão. Seguir as recomendações adequadamente evita, ainda, outras condições, como a insuficiência venosa crônica.


Para a prevenção, o cirurgião vascular lembra que atividade física é sinônimo de qualidade de vida. O fumo é completamente desaprovado, porque as suas substâncias comprometem profundamente as estruturas dos vasos.