
Calistenia: prática esportiva que só usa a força do corpo para treinar
Dispensando equipamentos e pesos externos, atividade viralizou durante a pandemia e já é sensação dentro e fora das academias
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Siga noVocê já ouviu falar sobre calistenia? Trata-se um método de treino que recorre, basicamente, ao peso do corpo para execução dos exercícios. Muito utilizada por quem treina ao ar livre e nas academias instaladas em praças e parques das grandes cidades brasileiras, a calistenia dispensa de equipamentos extras e tornou-se uma febre no período pandêmico, quando as medidas de isolamento social mantiveram as unidades de treino convencional fechadas. Mas será que os resultados são os mesmos, comparado ao uso dos aparelhos presentes nas academias convencionais?
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Quem conta é a mestre em treinamento esportivo e docente do Centro Universitário UniBH, Gisele Freire. “Depende de alguns fatores. O fator número um é o estágio de treinamento. Quanto menos treinada a pessoa é, mais fácil é a sua inserção na calistenia com resultados satisfatórios e até igualáveis. A questão número dois - e não menos importante - é que, à medida com que vai avançando na calistenia, é necessário recorrer a movimentos mais complexos para continuar trazendo resultados equiparáveis. O acompanhamento de um profissional de educação física pode ser primordial para que, em treinos funcionais sem peso externo, os mesmos resultados sejam alcançados”.
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Gisele Freire conta que diferente dos exercícios com pesos, nos quais são executados movimentos dinâmicos de contração muscular com sobrecarga de tensão gerada pela carga dos pesos - o que colabora diretamente para a hipertrofia -, a calistenia também é uma prática que ajuda bastante no emagrecimento. Seu modelo de treinamento, especialmente quando pratica em maior intensidade, aprimora a aptidão física cardiorrespiratória e neuromuscular e, desse modo, gera grande gasto energético, contribuindo para, além desenvolvimento de força e ganho muscular, a queima de gordura corporal.
Na calistenia, os exercícios ativam mais grupamentos musculares
Na calistenia, os exercícios acabam ativando muito mais grupamentos musculares do que fazendo um exercício isolado em um aparelho, por exemplo. A vantagem desse tipo de atividade é a possibilidade de trabalhar vários grupos musculares simultaneamente com movimentos parecidos com o que já são executados em outras tarefas diárias.
Na verdade, a ideia de exercitar-se somente com o peso do corpo é bem antiga e remonta ao século 19. A calistenia surgiu na França na época e, inicialmente, foi muito utilizada para o treinamento das forças de combate, por ser uma metodologia simples e prática, possível de ser realizada em qualquer lugar. “No Brasil, essa prática chegou na década de 1960, também muito utilizada no meio militar”, conta a professora.
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Versátil e completa
Versátil e completa, a prática pode ser executada tanto por aqueles que já têm um histórico de atividades esportivas, quanto os que estão em fase inicial: “Para uma pessoa que está começando, há movimentos mais básicos, como agachamento, em que se trabalha toda a parte inferior do corpo, e a flexão, que pode ser feita na parede inicialmente e progredir até chegar no chão. Há movimentos também para pessoas de altíssimo nível, como a bandeira, em que a se apoia em uma haste de ferro, tira os pés do chão e estica o corpo, exatamente como uma bandeira”, explica Gisele.
Tonificação muscular e perda de peso
Para além da tonificação muscular e perda de peso, fisioterapeutas também recomendam a calistenia em patologias como a escoliose, a hérnia de disco ou problemas de joelho. O fato de não provocar impactos nas articulações e de permitir modelar o corpo e alinhá-lo ao mesmo tempo, tem sido uma das razões pelas quais muitas pessoas escolhem estas aulas.
Colocar o corpo em movimento, melhorar a postura, trabalhar grupos musculares e cuidar as articulações podem ser os motivos que levam à prática e acumula novos adeptos da prática dentro e fora das academias.