A dermatologista Fabia Luna, que atende no Rio de Janeiro, veio a público compartilhar uma atitude irresponsável e até mesmo criminosa de um profissional da área de estética. O relato da profissional viralizou nas redes sociais e intrigou internautas. A profissional conta em seu relato um caso onde uma paciente descobriu um câncer de pele por meio de um procedimento estético que agravou seu quadro.
Segundo ela, a vítima teria procurado um médico para tratar um ‘sinal’ pequeno e escuro em seu rosto, no entanto, nunca havia ido ao dermatologista para examiná-lo, afinal o mesmo nunca a incomodou. Durante o atendimento, foi realizado um procedimento de skin care e em seguida um microagulhamento.
Mas o que a vítima não contava era que o ‘sinal’ era um melanoma, o tipo mais grave de câncer de pele. Com o procedimento de microagulhamento suas células cancerígenas foram inoculadas e espalhadas pelo restante da face. Agora, a paciente terá que recorrer a um tratamento cirúrgico, que segundo a profissional, "será mutilante e deformador".
“Vamos falar sobre atitude criminosa e irresponsabilidade? A paciente acima procurou ‘um não médico’ para tratar seu rosto… Segundo ela: ” Tinha um “sinalzinho” pequeno e escuro no rosto. Nunca foi ao dermatologista para examina-lo, afinal “ele nunca coçou nem incomodou…”, inicia contando.
Eu tô aterrorizado com esse caso que fizeram microagulhamento num melanoma e espalharam o câncer por todo o rosto da paciente pic.twitter.com/j5Ylyl7avK
— ybe (@ycontrol) April 24, 2024
“O profissional iniciou um tratamento com skin care e realizou o procedimento de microagulhamento…Pois bem… O sinal de “aparência” inofensiva era na verdade um MELANOMA! Com o procedimento de microagulhamento suas células cancerígenas foram inoculadas e espalhadas pelo restante da face… E agora? Que fazer??? MELANOMA pode matar! O tratamento será cirúrgico, mutilante e deformador…”, escreveu em seu perfil no Instagram.
“O que poderia ter sido diagnosticado e tratado de forma menos mutilante, se tivesse procurado um médico dermatologista… Hoje a vida e sobrevida desta paciente está em risco! Desculpem o desabafo, mas médico é quem faz medicina! Esse profissional é um criminoso! QUEM CUIDA DA PELE É O MÉDICO DERMATOLOGISTA! Ele é o profissional realmente habilitado a tratar sua pele!”, complementou.
Como identificar um melanoma?
O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos.
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O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:
- Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente
- Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho
- Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento
- Além de todos esses sinais e sintomas, melanomas metastáticos podem apresentar outros, que variam de acordo com a área para onde o câncer avançou. Isso pode incluir nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, dores abominais e de cabeça, por exemplo
Saber como identificar precocemente o melanoma na pele é a melhor forma de garantir o sucesso do tratamento, pois pode evitar que o câncer de pele se desenvolva e consiga criar metástases difíceis de eliminar, mesmo com tratamento.
Assim, mesmo os cuidados diários com o sol, passando o protetor solar ou evitando as horas de maior calor, é muito importante avaliar a pele, pelo menos uma vez por mês, mesmo na região do couro cabeludo e sola dos pés, para identificar se existem sinais novos ou diferentes, que possam ser um sinal de câncer.