Amanhã (11/4) é o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson (DP), a segunda doença neurodegenerativa mais prevalente globalmente, depois do Alzheimer. A incidência da DP aumenta com o envelhecimento da população, afetando não apenas a saúde física e mental dos pacientes, mas também sua qualidade de vida. Além disso, a doença tem um impacto significativo na estrutura socioeconômica das famílias afetadas.

De acordo com a professora da Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais, geriatra e autora dos dois principais estudos epidemiológicos sobre a doença de Parkinson em idosos conduzidos no Brasil, Maira Tonidandel, o parkinsonismo se manifesta por lentidão dos movimentos, tremor, rigidez muscular e instabilidade postural. A bradicinesia (dificuldade em realizar movimentos voluntários) é a característica mais comum dessa doença no idoso, e constitui o sinal obrigatório para o diagnóstico da síndrome.



A geriatra e profissionais da neurologia conduziram um estudo epidemiológico sobre a doença em cidades de Minas Gerais. De acordo com Maira, a DP é a principal causa de parkinsonismo, acomete homens e mulheres com idade superior a 50 anos, diferentes raças e classes sociais. Além disso, há um número menor de pessoas com menos de 45 anos, e até mesmo abaixo de 21 anos, que podem ser afetadas pela doença. Esses casos são denominados DP de início precoce e DP juvenil, respectivamente e, em geral, tem relação com a genética.

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A incidência e a prevalência do Parkinson aumentam com o avanço da idade, sendo fortemente ligadas ao processo de envelhecimento. Estudos indicam uma prevalência média de 1,5% em adultos acima de 50 anos, enquanto um estudo brasileiro revelou uma prevalência de 3,3% em 1.186 idosos com 64 anos ou mais, residentes em Bambuí, Minas Gerais (7,1% para todas as causas de parkinsonismo e 3,3% para doença de Parkinson). A incidência cresce de 5 a 10 vezes entre a sexta e a nona décadas de vida. Em outra pesquisa comunitária realizada com 610 idosos com 75 anos ou mais (com média etária de 83,3 anos) em Caeté, interior de Minas Gerais, a prevalência de parkinsonismo foi de 10,7% (considerando todas as causas), sendo que a maioria dos casos (58,4%) estava associada à demência (como doença de Parkinson, parkinsonismo atípico, vascular e doença de Alzheimer).

A especialista ressalta que ainda não há tratamento medicamentoso ou cirúrgico que seja curativo, neuroprotetor ou que previna a progressão da doença. "O tratamento do Parkinson visa o controle dos sintomas, deve ser individualizado, e pode envolver a necessidade de uma equipe multidisciplinar de acordo com as manifestações e prioridades para cada fase da doença (neurologista, clínico ou geriatra, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista, terapeuta ocupacional, educador físico, dentre outros profissionais). O objetivo é manter o paciente o maior tempo possível com autonomia, independência funcional e equilíbrio psicológico."

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