Anualmente, em abril, acontece a campanha Abril Azul Claro, para a conscientização sobre o câncer de esôfago. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil, o câncer de esôfago é o sexto mais frequente entre os homens e o 15º entre as mulheres. Ele representa 2% dos tumores malignos e, apesar de raro, está entre os tumores de crescimento mais rápido. Na maioria dos casos, quando o paciente é diagnosticado, o tumor já iniciou a disseminação de células cancerosas para outros órgãos saudáveis. O principal motivo da disseminação rápida, é que há vários linfonodos vizinhos ao esôfago, e isso facilita que o tumor se espalhe por meio da rede linfática, podendo invadir outros órgãos, como as membranas que revestem o pulmão e o coração, além da traqueia e a aorta.



A oncologista Daiana Ferraz, do Cetus Oncologia, fala sobre os principais fatores de risco da doença. “Os fatores de risco mais comuns para o câncer de esôfago incluem tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, refluxo gastroesofágico crônico e uma dieta pobre em frutas e vegetais”.

A especialista alerta para os sintomas comuns do câncer de esôfago:

  • Dificuldade ao engolir
  • Dor ao engolir
  • Perda de peso não intencional
  • Dor no peito ou na garganta
  • Azia persistente 
  • Tosse ou rouquidão

"Se você apresentar esses sintomas, é importante procurar assistência médica para uma avaliação adequada”, recomenda Daiane, que informa sobre as opções de tratamento para o câncer de esôfago - o qual, depende do estágio da doença e pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapia-alvo. "O tratamento é personalizado com base na localização do tumor, sua extensão e outras características individuais do paciente, como sua saúde geral e preferências", diz.

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Ter o diagnóstico o mais breve possível, é decisivo para qualquer doença, e, em relação ao câncer de esôfago, a oncologista afirma que diagnóstico precoce do câncer geralmente envolve exames endoscópicos, biópsias e imagens médicas. A detecção precoce é crucial para um prognóstico favorável, pois permite um tratamento mais eficaz e pode aumentar as chances de cura. “Os avanços recentes no tratamento do câncer de esôfago incluem terapias mais direcionadas e precisas, como imunoterapia e terapia genética, além de abordagens cirúrgicas menos invasivas. Esses avanços estão melhorando a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes”.

Sobre os efeitos colaterais do tratamento, Daiana comenta: “Estratégias para lidar com os efeitos colaterais do tratamento podem incluir medicação para controle da dor e náuseas, terapia nutricional, suporte psicológico e físico, e prática de exercícios físicos adequados. Além do tratamento médico, os pacientes com câncer de esôfago podem se beneficiar de apoio psicossocial, como grupos de apoio, aconselhamento individualizado, serviços que buscam autocuidado e espiritualidade e recursos educacionais. É importante abordar as questões emocionais e sociais que podem surgir durante o curso da doença para promover o bem-estar global do paciente”.

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