A endometriose é uma doença que afeta a qualidade de vida e o bem-estar de mulheres em idade fértil. Estima-se que sua prevalência seja em torno de 10% no Brasil, além disso, observa-se que é frequente em cerca de 50 a 80% das mulheres que apresentam sintoma de dor pélvica crônica e de 30 a 50% das que tenham infertilidade, segundo dados do Ministério da Saúde.
Os sintomas mais expressivos são: infertilidade, alteração do humor, dor pélvica crônica ou dor acíclica (fora do ciclo menstrual), alterações urinárias durante o período menstrual, dismenorreia (cólica muito intensa), dispareunia de profundidade (dores durante a relação sexual), e distúrbios gastrointestinais durante o ciclo menstrual (distensão abdominal, constipação, fezes com sangue, dificuldade de defecar e dor anal).
De acordo com a nutricionista clínica e mentora de vida saudável Jhenevieve Cruvinel, em relação à resposta imunológica, há um grande aumento de citocinas inflamatórias à proliferação destas células e a alimentação é uma aliada importante no tratamento e reequilíbrio da saúde.
“Uma alimentação rica em antioxidantes, fitoquímicos e gorduras saudáveis próxima a chamada “dieta mediterrânea” traz inúmeros benefícios a estes pacientes. Isso porque os alimentos ricos em ômega-3 como os peixes de água profunda, linhaça e chia e o maior consumo dos vegetais e frutas como como brócolis, couve, tomate, cenoura, abóbora, beterraba, espinafre, pimentões, berinjela e das frutas vermelhas, manga, ameixa, coco e abacate que possuem efeito anti-inflamatório são importantes para a proteção e o tratamento da doença”, comenta.
Jhenevieve explica que a suplementação com N-acetilcisteína, quercetina, vitamina D e resveratrol pode auxiliar no tratamento, mas é importante procurar um nutricionista que faça a prescrição individualizada, visto que cada organismo é único e tem suas necessidades individuais.
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“Pelo olhar da psicossomática, a endometriose tem relação com aspectos emocionais importantes relacionados à uma baixa autoestima, distorção da imagem corporal, dificuldade de lidar com a raiva, tendência ao isolamento social, podendo levar à depressão e transtorno de ansiedade. Práticas de autocuidado, meditação, contato com a espiritualidade, independentemente da sua religião, descobrir um hobby, estar em contato com a natureza e praticar atividade física como a natação e o yoga podem auxiliar neste processo de remissão e cura.”, aconselha a nutricionista.
Para ela, o corpo sempre dá sinais sobre a maneira que enxergamos a vida e lidamos com as experiências. “A melhor maneira de viver uma vida saudável é cuidando de nós mesmas e buscando a ajuda terapêutica, nutricional e médica tão necessária para o enfrentamento desta doença”.