Neste domingo (5/5), data em que se celebra o Dia Nacional sobre o Uso Racional de Medicamentos, a discussão sobre alternativas terapêuticas seguras e eficazes ganha destaque. O debate toma ainda mais importância à medida em que são noticiados casos de remédios convencionais que têm gerado efeitos colaterais adversos perigosos e, muitas vezes, permanentes, em pacientes.
Concomitantemente, a cannabis medicinal surge como uma opção mais segura e com menos reações adversas para diversos quadros de saúde, abrangendo desde dores crônicas até distúrbios neurológicos e transtornos psiquiátricos.
Recentemente, a agência antidrogas norte-americana (Drug Enforcement Administration - DEA) reconheceu os usos medicinais das substâncias extraídas da planta cannabis sativa e solicitou à corte uma reclassificação federal: colocando-a como menor potencial de dependência física e psíquica. A expectativa é que a alteração ocorra nos próximos dias, após análise do Governo Federal dos Estados Unidos.
Reações adversas incapacitantes
“Muitas reações comuns em medicamentos alopáticos são, por vezes, incapacitantes, e a cannabis pode representar uma alternativa menos invasiva”, pontua a especialista em medicina canabinoide e CEO da Thronus Medical, Mariana Maciel.
“Existe, é claro, uma diferença crucial entre o uso medicinal e o recreativo da cannabis: a sua aplicação terapêutica. Mas é importante destacar que, mesmo o uso recreativo, apresenta uma taxa de dependência menor em comparação com o álcool e outras drogas, como tabaco e benzodiazepínicos”, enfatiza a médica.
Entre os medicamentos convencionais que podem ser substituídos pela cannabis medicinal, as drogas Z, como o Zolpidem, têm sido associados a uma série de efeitos colaterais adversos e riscos à saúde, como a amnésia temporária, por exemplo. “Há diversos relatos de pessoas que fazem coisas quando estão sob efeito do medicamento e acabam não lembrando depois”, continua Mariana.
Medicamentos como fluoxetina e sertralina, que são prescritos para tratar condições como ansiedade, depressão, também apresentam efeitos adversos, como náusea, dor de cabeça, fadiga e perda de libido.
Os benzodiazepínicos são uma classe de medicamentos psicotrópicos usados principalmente para tratar ansiedade, insônia e transtornos convulsivos. Eles atuam no sistema nervoso central, potencializando o efeito do neurotransmissor GABA (ácido gama-aminobutírico), o que promove um efeito calmante. No entanto, como todos os medicamentos, os benzodiazepínicos têm uma gama de efeitos colaterais possíveis, que incluem sedação, diminuição da coordenação motora, confusão e desorientação, dependência e tolerância e problemas de memória.
Em todas essas patologias, a cannabis medicinal surge como opção terapêutica. “Parkinson, depressão, ansiedade, insônia, epilepsia… A lista de condições de saúde que podem ser tratadas com canabinoides é extensa e tende a crescer com o avanço das pesquisas. Muitos pacientes têm aderido à medicina natural, tanto por conta da sua eficácia quanto pela queda dos efeitos colaterais com relação a fármacos convencionais”, afirma a médica.
Esses fármacos só podem ser introduzidos no tratamento com prescrição médica. Sobre o estágio da doença a ser tratada, dosagem e demais orientações, é imprescindível buscar um médico prescritor de cannabis medicinal para acompanhamento contínuo.