O envelhecimento populacional é um fenômeno significativo e traz à tona novos desafios para a saúde pública, entre os quais a chamada síndrome da fragilidade. A condição, amplamente estudada e debatida por especialistas em geriatria ao redor do mundo, ressalta a vulnerabilidade dos idosos a uma série de complicações que podem comprometer sua qualidade de vida. Segundo a médica geriatra da empresa especializada em home care, Saúde no Lar, Simone de Paula Pessoa Lima, a síndrome é uma condição que gera maior suscetibilidade a doenças ou outros problemas entre os idosos.
Uma das formas de identificá-la é pela presença de três ou mais dos seguintes critérios: perda de peso involuntária, fadiga reportada, fraqueza, baixa velocidade ao andar e baixo nível de atividade física. “Esse conjunto de sinais sugere uma menor reserva energética e capacidade de adaptação do organismo a estressores, caracterizando o idoso como 'frágil'.” A geriatra conta que os sinais que precisam ser observados são variados, desde a perda de peso sem causa aparente ou desejo (não está fazendo dieta) até a redução na capacidade de realizar atividades diárias. As causas são multifatoriais, englobando aspectos genéticos, nutricionais, clínicos, psicológicos e sociais.
“A redução na atividade física e mudanças na composição corporal, especialmente o aumento da gordura em detrimento da massa muscular, são também fatores contribuintes.” A presença dessa síndrome, conforme explica a especialista, acarreta diversos prejuízos à saúde do idoso, aumentando significativamente o risco de eventos adversos. Os pacientes frágeis têm maior probabilidade de sofrer quedas, fraturas, hospitalizações recorrentes e, em casos extremos, um aumento na taxa de mortalidade. Adicionalmente, há um impacto substancial na qualidade de vida, com perdas na autonomia e independência.
Tratamento e prevenção
O tratamento é multifacetado e deve ser individualizado. Simone explica que a abordagem inclui o aumento da atividade física, com foco em exercícios de resistência e fortalecimento muscular, ajustes na dieta para garantir uma nutrição adequada e, quando necessário, intervenções psicossociais para combater o isolamento e a depressão.
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“A prevenção é igualmente importante e passa por manter um estilo de vida ativo e saudável: uma dieta balanceada rica em proteínas e vitaminas e a prática regular de exercícios físicos.” A detecção precoce de sinais de fragilidade por profissionais de saúde é crucial para intervenções tempestivas, minimizando os riscos associados.
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Melhorando a vida dos idosos frágeis
Para melhorar a qualidade de vida dos idosos com síndrome da fragilidade, Simone conta que é essencial um esforço conjunto de familiares, cuidadores e profissionais de saúde para reconhecimento e tratamento da condição. “A criação de ambientes seguros, reduzindo o risco de quedas, o incentivo à participação social e atividades que promovam o bem-estar físico e mental são estratégias chave”, orienta.