Cada vez que você inala a fumaça do cigarro, sua frequência cardíaca e sua pressão arterial aumentam temporariamente -  (crédito: Lindsay/Pixabay)

Durante crises graves, os pacientes podem evoluir com insuficiência respiratória aguda, quadro clínico que infelizmente pode ser fatal

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Para lembrar a importância da conscientização sobre os males que o cigarro pode acarretar a saúde, hoje, 31 de maio, marca o Dia Mundial Sem Tabaco, data dedicada à conscientização sobre os perigos do tabagismo e sua relação com várias doenças. Além da relação do tabaco com as doenças cardiovasculares e desenvolvimento de diversos tipos de câncer, o tabagismo também está associado a uma série de doenças respiratórias, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), popularmente conhecida como enfisema pulmonar

 

A DPOC é uma condição inflamatória progressiva que obstrui as vias aéreas (bronquios e bronquíolos), dificultando a respiração. A doença consiste em um grande desafio para a saúde pública mundial – são mais de 210 milhões de pessoas convivendo com os sintomas da DPOC em todo o mundo –, e faz com que sintomas como a falta de ar, tosse crônica e cansaço extremo, mesmo diante de esforços mínimos, como uma breve caminhada de um cômodo ao outro da casa, tornem-se muito comuns.


 

Apesar dos contínuos avanços no tratamento da DPOC nas últimas décadas, parte dos pacientes segue sem conseguir reduzir os episódios agudos de exacerbação, ou seja, crises repentinas que agravam ainda mais sintomas respiratórios como tosse, cansaço e falta de ar. Durante crises graves, os pacientes podem evoluir com insuficiência respiratória aguda, quadro clínico que infelizmente pode ser fatal. O aumento progressivo das exacerbações é determinante para o agravamento da doença, pois, a cada episódio, ocorre a piora dos sintomas, o que impacta significativamente na qualidade de vida do paciente.

 

O tratamento padrão para casos de DPOC inclui a combinação de diferentes medicamentos inalatórios, como os:

  • Broncodilatadores beta-adrenérgicos de longa ação (Laba)
  • Broncodilatadores anticolinérgicos (Lama)
  • Corticoides inalatórios, que quando associados, é também conhecida como terapia tripla

No entanto, nem sempre essa combinação será suficiente para controlar os sintomas e prevenir as crises dos pacientes com DPOC grave, sendo necessária uma avaliação de um(a) pneumologista ou do seu(sua) médico(a) de confiança de forma criteriosa da situação clínica do paciente e das suas necessidades.

 

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O pneumologista Adalberto Rubin explica que é urgente a necessidade de dar atenção às necessidades dos pacientes graves com DPOC, que em muitos casos, se culpabilizam pela própria condição por conta do tabagismo e demoram a procurar ajuda. "O manejo adequado da doença é essencial para prevenir consequências irreversíveis para o pulmão, por isso, é importante que o(a) médico(a) e paciente mantenham um diálogo aberto e claro sobre as opções de tratamento e sobre a importância do controle das exacerbações para o prognóstico da doença”.

 

Segundo o especialista, a evolução contínua dos tratamentos para pacientes graves de DPOC que já não respondem à terapia tripla representa um horizonte promissor para uma até então necessidade não atendida em saúde.

 

“O avanço da doença está intimamente ligado à perda de função pulmonar e concomitantemente de qualidade de vida e da autonomia do paciente, que em muitos casos, é idoso e necessita de uma rede de apoio. Os avanços em termos de tratamentos serão certamente benéficos para uma condição que sofre com diversos estigmas e que, até o momento, é irreversível, porém controlável”, pontua Adalberto.