Considerado o oitavo câncer mais prevalente em homens no mundo, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de esôfago acomete principalmente pacientes tabagistas e ou etilistas. Ele se desenvolve no tecido do órgão, que é o tubo muscular longo que conecta a garganta ao estômago e geralmente inicia nas células que revestem seu interior.

 

No último dia 27, o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, divulgou que está com a doença, diagnosticada em um exame de rotina. 

 

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 11 mil pacientes são diagnosticados com câncer de esôfago no Brasil por ano. Apesar de mais raro, o adenocarcinoma (AC) vem aumentando significativamente em frequência nas últimas décadas na população ocidental, devido ao aumento da prevalência da obesidade e da doença do refluxo gastroesofagiano.

 

“O consumo de bebidas muito quentes e condições genéticas específicas como a tilose também aumentam o risco do desenvolvimento desse tipo de câncer. Nos últimos anos, a obesidade associada a refluxo gastroesofágico crônico também tem sido atribuída a fator causal, sobretudo de tumores de junção esôfago-gástrica”, afirma Thiago Assunção, oncologista especializado em câncer de esôfago do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC).

 



O médico acrescenta que os principais sintomas dessa neoplasia são a dificuldade de engolir (disfagia), sobretudo a alimentos sólidos, dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito), dor torácica, sensação de obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda do apetite. Além disso, a perda de peso não intencional é outro sinal de alarme para esse tipo de câncer.

 

“Caso esses sintomas se tornem recorrentes, é preciso ir ao médico. O diagnóstico será feito por meio da história clínica, exames de imagem, endoscopia digestiva alta, biópsia e alguns testes adicionais, a depender do caso”, comenta.


QUIMIOTERAPIA E RADIOTERAPIA

 

Diagnosticado o câncer de esôfago, os tratamentos dependerão do estadiamento da doença, localização do tumor e subtipo histológico. Isso pode contemplar quimioterapia, quimioterapia concomitante à radioterapia ou mesmo cirurgia já ao diagnóstico.

 

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“Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de cura”, alerta. “Nos últimos anos tivemos importantes dados quanto ao acréscimo de imunoterapia ao tratamento desse tipo de tumor, seja no cenário metastático ou mesmo no cenário adjuvante (pós-cirurgia) com ganho inclusive de sobrevida para os pacientes”, explica o oncologista do IPC.

 

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