Criado para alertar a população sobre a importância da utilização correta de remédios, o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, celebrado em 5 de maio, chama a atenção para os perigos da automedicação e do uso indiscriminado dessas substâncias, que podem provocar um alto índice de intoxicação.



Dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) mostram que cerca de 20 mil pessoas morrem anualmente no Brasil como consequência da automedicação. Os números preocupam entidades do setor da saúde.

“É um problema realmente grave, que envolve pacientes, médicos, dentistas e farmacêuticos, entre outros profissionais de saúde. Todos precisam estar atentos e atualizados quanto às recomendações oficiais”, comenta o presidente da Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética (Anadem), Raul Canal.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), “entende-se que há uso racional quando os pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade”.

Veja seis dicas com base nas recomendações oficiais:

Orientação profissional e vencimento em dia

Entre as práticas que devem ser adotadas no dia a dia, estão: evitar tomar medicamentos sem orientação de um profissional de saúde (como médicos, dentistas e farmacêuticos) e o uso indiscriminado dessas substâncias, ou seja, sem necessidade. Não é indicado, ainda, fazer uso de remédios vencidos, comprados em feiras e camelôs, por exemplo.

Intoxicação: busque ajuda imediatamente

Em caso de intoxicação por medicamento, é essencial buscar ajuda. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) pode ser acionado por meio do telefone 192. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também criou o Disque-Intoxicação (0800-722-6001). A ligação é gratuita e o usuário é atendido por uma das 36 unidades da Rede Nacional de Centros de Informação e Assistência Toxicológica.

Antibióticos x resistência microbiana

O Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos também é uma oportunidade para divulgar e reforçar informações sobre a resistência microbiana aos antibióticos, que torna as infecções mais difíceis de serem tratadas. Como consequência, aumenta o risco de propagação e gravidade das doenças, o que implica no aumento de mortes.

“Os serviços de saúde são um dos principais focos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na promoção de medidas preventivas. Fazem parte das ações elaborar e divulgar documentos que informem e orientem os serviços e profissionais de saúde sobre a prevenção e o controle dessas infecções, assim como o gerenciamento do uso de antibióticos”, afirma o presidente da Anadem.

Cuidado com a falsificação

A falsificação de medicamentos é outro fator preocupante e requer a atenção do consumidor ao comprar remédio. “Conferir sempre se o produto tem registro na Anvisa é o primeiro passo, assim como desconfiar das liquidações, uma vez que preços muito baixos podem indicar que o medicamento tem origem duvidosa, sem nenhuma garantia de qualidade”, explica Canal.

Tenha a nota fiscal do produto

Também é recomendado guardar a Nota Fiscal do medicamento que está sendo usado para que tenha esse comprovante caso precise consultar ou registrar alguma queixa com relação ao produto. Já para a situação de o remédio deixar de fazer efeito, a orientação é procurar o médico imediatamente.

Consulta de preços

As farmácias e drogarias, assim como laboratórios, distribuidores e importadores, não podem cobrar pelos medicamentos acima do preço permitido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Em abril, foi lançado um novo painel para a consulta de preços. Nele, os consumidores podem consultar o valor do produto desejado buscando o nome do medicamento, princípio ativo ou número de registro.

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