Jair Bolsonaro (PL) voltou a ser internado no Hospital Santa Júlia, em Manaus (AM), para tratar um quadro de erisipela, neste domingo (5/5). O ex-presidente esteve na unidade nesse sábado (4/5) com o problema, mas recebeu alta horas depois. No fim de 2022, o político tratou o mesmo quadro de saúde, que na ocasião se manifestou com uma ferida na perna esquerda.

 

Conforme publicação em rede social do deputado federal Capitão Alberto, Bolsonaro retornou ao hospital para seguir com a medicação e ficar em observação para melhor evolução do quadro clínico.

 

Em relato a jornalistas no sábado, o ex-presidente disse, ainda em Brasília, que já havia sido aconselhado pela equipe médica e pela esposa sobre a necessidade de repouso e tratamento da doença, mas optou por manter a agenda. "Quando cai a imunidade da gente, por problemas mais variados, a erisipela é comum de acontecer, então já estou medicado, tranquilo, pronto para outra aí", declarou.

 

A erisipela

 

A erisipela ocorre quando existe algum tipo de orifício na pele, como uma ferida prévia, uma abertura por picada de inseto, frieira, ou seja, uma situação em que haja a perda da continuidade da pele, e que possibilite a penetração da bactéria que ocasiona o problema. Também úlceras e coceiras. É o que esclarece a dermatologista Trícia Simões. Outras possíveis causas da enfermidade são: micoses, dermatite atópica, consumo excessivo de álcool, doenças que afetam o fígado, problemas imunológicos decorrentes da idade, de doenças ou do uso de medicações específicas.

 



"Quando a bactéria se instala, começa o processo infeccioso, que gera dor, calor na região afetada, inchaço, vermelhidão, bolhas, ínguas e até febre. Esses são os primeiros sinais", explica. Outros sintomas são calafrios, fraqueza, dor de cabeça, mal-estar, náuseas e vômitos.

 

É mais comum que a erisipela apareça em membros inferiores, como nas pernas, mas pode surgir também em outras partes do corpo, acrescenta a dermatologista, como o rosto. Crises repetidas podem ser evitadas através de cuidados higiênicos locais, como divulga o Ministério da Saúde. É importante manter as áreas entre os dedos limpas e secas e tratar adequadamente ferimentos que eventualmente aparecerem na pele.

 

O tratamento é feito com antibiótico, por 10 a 14 dias, sendo a melhora esperada a partir das primeiras 72 horas do início da administração do medicamento. Isso em situações de uma manifestação mais branda da infecção, pontua Trícia. Em casos mais graves, quando o paciente não reage ao tratamento e a doença progride, a infecção pode generalizar.

 

 

"A erisipela, em alguns quadros, pode tomar uma proporção maior. A infecção pode se espalhar, o que chamamos septicemia. Nesse caso, é necessário internação, antibiótico venoso e, dependendo do tipo de lesão - se for mais grave, com bolhas ou necrose dos tecidos, por exemplo - é indicado um processo chamado debridamento, uma cirurgia para remover o tecido lesionado", explica Trícia. Quando a doença se agrava, há risco de morte.

 

A erisipela pode ocorrer em qualquer faixa etária, porém é mais recorrente em obesos, diabéticos, idosos, pessoas com insuficiência vascular, em tratamento por quimioterapia e imunodeprimidos, como esclarece a dermatologista. Principalmente para quem está no grupo de risco, reforça a médica, manchas que aparecem na pele devem ser investigadas de forma mais minuciosa. A doença não é contagiosa.

 

*Com informações de Ingrid Soares - Correio Braziliense

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