Criado com o objetivo de trazer mais visibilidade à doença, o Dia Mundial do Lúpus é lembrado nesta sexta-feira (10) como forma de fortalecer a discussão em torno da doença que só no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), afeta cerca de 65 mil pessoas na faixa dos 20 aos 45 anos de idade, sendo a maioria mulheres. Embora seja uma das mais graves entre as doenças autoimunes, o lúpus é pouco divulgado para o grande público, sendo desconhecidos até mesmo seus sintomas mais visíveis que afetam a saúde dermatológica. 

Afinal, o que é o lúpus?


A doença é caracterizada como autoimune, ou seja, o sistema imunológico do paciente ataca tecidos saudáveis do corpo, não os diferenciando de vírus, bactérias, germes e outras ameaças. Por esse motivo, o Lúpus também é caracterizado como uma patologia inflamatória que destrói tecidos saudáveis de acordo com a sua tipologia. Entre os membros mais afetados estão pele, coração, pulmões, rins e cérebro. Já os sintomas mais comuns são: lesões de pele, dor e inchaço nas articulações, inflamação do pulmão, coração, rins, fígado e cérebro, além de vasculite, alterações no sangue como anemia e febre sem infecção.



Quais são os tipos de lúpus?


Atualmente, são mapeados quatro tipos da doença. O lúpus eritematoso sistêmico (LES), que responde por aproximadamente 70% dos diagnósticos; lúpus induzido por medicamento, lúpus neonatal; que acomete bebês recém-nascidos de portadoras e o lúpus cutâneo que causa - entre outros sintomas - lesões avermelhadas nos braços, pernas, colo e nas maçãs do rosto e no nariz. Conhecidas como asa de borboleta, as manchas se tornaram símbolo da doença, através da borboleta lilás usada nas campanhas de conscientização.

Lúpus e dermatologia


Visíveis na pele, as lesões podem ser vermelhas, escamosas e afetar além do rosto, a palma das mãos, a planta dos pés e causar erupções cutâneas e alopécia. A dermatologista Marcela Mattos aponta que a questão também afeta a saúde mental. “Além de poder afetar a qualidade de vida do paciente, o desconhecimento das pessoas sobre a doença pode gerar preconceito quanto a ser uma doença infecciosa, o que não é verdade, e mexe profundamente com a autoestima dos pacientes. Por isso, é preciso fazer um diagnóstico precoce, oferecer um tratamento humanizado e individual para a necessidade de cada caso. E claro, falar cada vez mais sobre a doença”, explica.

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O tratamento varia de acordo com o tipo de lúpus e a gravidade dos sintomas apresentados por cada paciente. Mas de forma geral, as primeiras recomendações para o tratamento da pele é fazer uso contínuo do protetor solar, não se expor ao sol ou mesmo luzes artificiais muito fortes sem usar chapéus, calças e blusas que cubram as lesões. Já o tratamento medicamentoso pode ser feito com injeções de corticoides, medicamentos orais como imunossupressores e medicação tópica como cremes hidratantes e pomadas para as lesões.

Você não está sozinha(o)!


A dermatologista Marcela Mattos reforça que, embora não tenha cura, é possível conviver com a doença. “O tratamento adequado é fundamental para a qualidade de vida do paciente. Buscar referências e falar sobre o assunto também ajuda muito. Hoje, celebridades como Selena Gomez, Kim Kardashian e Lady Gaga, que possuem o diagnóstico, têm sido grandes porta-vozes dos pacientes. Com certeza, vamos avançar muito no tratamento e na conscientização nos próximos anos”, diz esperançosa.

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