O ator Tony Ramos segue internado no Hospital Samaritano Botafogo, depois de ter sido submetido a uma cirurgia de drenagem de hematoma subdural na tarde desta quinta-feira (16). De acordo com o boletim médico emitido pela assessoria de imprensa do hospital, por volta das 20h30, o estado paciente é "estável". 

 

Segundo o neurocirurgião Victor Hugo Espíndola, graduado em medicina pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, com especializações em neurocirurgia e neurorradiologia pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, o hematoma subdural é um sangramento que se localiza abaixo da dura mater - uma das membranas que recobre o cérebro. "Temos dois tipos de hematoma subdural, o agudo e o crônico. O hematoma subdural agudo normalmente é decorrente de traumas de alto impacto. Acidente de carro, queda de moto ou queda de altura", explica.

 

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Já o hematoma subdural crônico, acrescenta o médico, pode ocorrer em situações de um trauma de baixo impacto. "Este é um tipo de hematoma que vai evoluindo aos poucos. Então, se o paciente tiver um traumatismo cranioencefálico (TCE) e fizer uma tomografia logo de imediato, o hematoma não vai aparecer", comenta. "Mas com 20, 30, às vezes 45 dias, o sangramento é detectado, já que ele vem aumentando gradualmente." 

 



 

Os traumas de baixo impacto geralmente acometem os idosos, pacientes que fazem uso de medicações anticoagulantes ou anti-agregantes, e pacientes alcoólatras. O especialista acrescenta que não é possível afirmar, com certeza, qual dos dois acometeu o ator, mas provavelmente é o hematoma subdural crônico. 

 

Entre os sintomas mais frequentes do hematoma crônico estão desde dor de cabeça até quadros mais intensos que podem levar à perda de força de um lado do corpo, sonolência ou, caso não seja tratado, até mesmo coma, se o hematoma crescer progressivamente, causando um quadro de hipertensão intracraniana muito grave.

 

O tratamento depende basicamente do tamanho do hematoma. Hematomas muito pequenos são tratados com medicações específicas ou até mesmo por cateterismo, mas quando são lesões grandes, com hipertensão intracraniana, o protocolo é a cirurgia de retirada do sangramento e alívio da pressão dentro do cérebro.

 

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