A doença celíaca, também conhecida por enteropatia sensível ao glúten, atinge 1% da população mundial – cerca de 80 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dores no abdômen e diarreias estão entre os sintomas desta enfermidade crônica que ganhou projeção nos últimos anos.

 

De acordo com a Federação Nacional das Associações de Celíacos no Brasil, são estimados dois milhões de casos no país. Para esclarecer os conceitos relacionados à intolerância ao glúten, foi criado o movimento Maio Verde – mês da Conscientização da Doença Celíaca.

 

“É uma patologia autoimune, que atinge todas as faixas etárias. Uma vez que o glúten é removido da dieta, os sintomas melhoram e o revestimento do intestino delgado se recupera ao longo do tempo”, afirma Larissa Loureiro de Carvalho, gastroenterologista da rede de clínicas Meu Doutor Novamed.




 

A doença celíaca é crônica e afeta o intestino delgado em pessoas geneticamente predispostas. É desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína encontrada em cereais como trigo, cevada e centeio. Em determinada fase da vida, pessoas com predisposição ao quadro, em contato com o glúten, ativam células de defesa do organismo, que “lutam” contra o composto.

 

Os sintomas podem variar de gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia crônica, a sintomas gerais como fadiga, perda de peso, erupções cutâneas, cefaleia, anemia, osteoporose e problemas neurológicos, principalmente em crianças.

 

O tratamento se dá com uma dieta isenta de glúten, retirando alimentos que contenham trigo, cevada e centeio. Como é uma doença autoimune, não há cura, apenas o controle a partir da dieta. Quem não é celíaco, porém, não tem necessidade de realizar dietas restritivas.

 

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“Pacientes sem sintomas ou diagnóstico citados anteriormente não necessitam fazer dieta isenta de glúten. Prevalecendo sempre o equilíbrio alimentar, de quantidade e variedade, e avaliando as comorbidades associadas. Pacientes com doenças autoimunes se beneficiam de dieta com baixo teor de glúten, devido a seu potencial inflamatório em quem é geneticamente predisposto”, diz.

 

Doença celíaca x sensibilidade ao glúten

 

Mas nem sempre sintomas, como dores abdominais, significam a existência da doença. Segundo a gastroenterologista, a sensibilidade ao glúten causa reflexos semelhantes e há, ainda, os indivíduos que apresentam alergia à proteína. Cada caso requer um tratamento diferente. Exames específicos ajudam a detectar a existência da doença.

 

Em resumo, enquanto a doença celíaca é uma condição autoimune desencadeada pela ingestão de glúten, a alergia ao trigo é uma reação alérgica às proteínas do trigo. A sensibilidade não celíaca ao glúten é uma condição em que os indivíduos experimentam sintomas após a ingestão de glúten, mas sem os marcadores autoimunes associados à celíaca.

 

"O tratamento varia de acordo com a condição. Uma dieta isenta de glúten é fundamental para a doença celíaca, enquanto a alergia ao trigo requer a exclusão do contato com o trigo e a sensibilidade não celíaca ao glúten pode exigir uma restrição variável da proteína”, esclarece Larissa.

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