A enurese noturna, mais conhecida como xixi na cama, afeta 10% das crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos. Entre os tratamentos para a condição estão o uso de medicamento, neuroestimulação sacral e alarme noturno. Neste ano, a Semana Mundial do Xixi na Cama (World Bedwetting Week) é celebrada de 3 a 9 de junho, com o intuito de reforçar e esclarecer aos pais e cuidadores de que perder urina na cama não é por culpa da criança e, sim, uma condição urológica que precisa de tratamento.

 


Uma das principais causas da enurese noturna é a hereditariedade. O urologista e secretário-geral da International Children's Continence Society (ICCS), uma das organizadoras da campanha, Ubirajara Barroso Jr., relata que se ambos os pais tiveram esse problema quando crianças, a chance de a criança também apresentar é de 77%. No entanto, outros fatores, como metabolismo e alimentação, também podem influenciar a ocorrência da condição.

 




“É importante que os pais estejam conscientes de que a enurese noturna em crianças é causada por um problema urológico e não por preguiça ou rebeldia. Em vez de punição, é essencial que a criança receba acolhimento e que cada noite seca seja celebrada como uma vitória”, diz o urologista.


Um estudo realizado em Minas Gerais aponta que cerca de 60% das crianças que perdem urina na cama ficam de castigo e 40% apanham. Para Ubirajara, a punição é prejudicial, já que, é comum as crianças que sofrem com episódios de xixi na cama sintam vergonha por causa do hábito.


“Em vez de punição, os pais devem buscar ajuda médica para a criança, a fim de iniciar o tratamento adequado e garantir uma melhor qualidade de vida de toda a família”, explica Ubirajara, que coordena a disciplina de urologia da Universidade Federal da Bahia.


A partir dos sete


O tratamento do xixi na cama é recomendado para crianças acima de cinco anos, caso o problema esteja interferindo na vida familiar. Já após os sete anos, o tratamento médico é obrigatório, pois estudos mostram que depois dessa idade começa a haver redução da autoestima e outros problemas emocionais em associação à enurese, além de a chance de a criança recuperar o controle do esfíncter sozinha se tornar menor.

 

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A mudança de hábito sempre será uma grande aliada para o tratamento da enurese noturna, como por exemplo:

  • Restringir a ingestão de líquidos pelo menos duas horas antes de dormir
  • Evitar alimentos que irritem a bexiga como chocolate e cafeína
  • Ter uma alimentação noturna com pouco sal
  • Levar a criança para urinar antes de dormir


“Mas não acorde seu filho no meio da noite para urinar. Assim, você não o está ajudando, pois ele deve perceber sozinho que a bexiga está cheia e precisa urinar. Ao acordá-lo, você impede essa percepção”, explica o urologista.

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