Junho é marcado, entre tantas outras datas, como o Mês Mundial de Conscientização da Infertilidade. A data foi instituída para estimular o debate e chamar a atenção sobre essa condição que acomete um a cada seis adultos no mundo (cerca de 17,5% da população), segundo levantamento da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgado em 2023. E quando o assunto é fertilidade feminina e masculina, dúvidas e questionamentos de todo tipo são muito frequentes.
Quem opta por pesquisar o assunto na internet vai se deparar com um universo de informações que, muitas vezes, pode gerar ainda mais incerteza. O ginecologista e especialista em reprodução assistida da Huntington Pró-Criar, João Pedro Junqueira Caetano, alerta para, em caso de dúvida, sempre conversar com um especialista.
O ginecologista esclarece abaixo alguns dos principais mitos e verdades sobre o tema. Confira:
1. A culpa da infertilidade é sempre da mulher?
Não. Isso é um mito muito comum na sociedade, mas 40% das causas de infertilidade são relacionadas a fatores femininos, outros 40% são relacionadas à causa masculina e os 20% restantes são relacionadas à infertilidade combinada do casal.
2. O relógio biológico é o maior inimigo da fertilidade?
Sim, é verdade. Após os 35 anos, as chances de gravidez mensal começam a diminuir de forma acentuada, principalmente por causa da redução na qualidade dos óvulos.
3. O tabaco prejudica a fertilidade?
Sim, tanto o tabaco quanto o álcool e outras drogas prejudicam a fertilidade de homens e mulheres. Nos homens, pode comprometer a locomoção dos espermatozoides e alterar sua morfologia. Nas mulheres, pode diminuir a qualidade dos óvulos.
4. O uso da pílula anticoncepcional reduz a fertilidade das mulheres?
Essa é uma dúvida bastante comum, mas não é verdade, é mito. A maioria das mulheres, após interromper o uso da pílula, retoma sua fertilidade imediatamente. Além disso, a pílula pode até ajudar a proteger a fertilidade, diminuindo a evolução da endometriose, por exemplo.
5. Congelar óvulos é uma boa alternativa para quem decide postergar a gravidez?
Sim, isso é verdade, já que a chance de gestação está relacionada à idade da mulher. Por exemplo, se ela resolve congelar os óvulos aos 30 anos e depois decide engravidar aos 38, e não tem sucesso, essa mulher pode usar os óvulos congelados com maior chance de gravidez, já que essa probabilidade está relacionada à idade em que foram congelados.
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Essa também é uma alternativa bastante interessante para pacientes que precisam postergar a gestação em função de alguma doença a ser tratada, como pacientes com câncer, por exemplo. Assim, pode ser feita a preservação da fertilidade, ou seja, congelar óvulos ou espermatozoides para uso posterior.
6. É possível fazer fertilização in vitro depois de ter feito laqueadura?
Sim. Aliás, esta é a forma mais efetiva de obter a gestação após a laqueadura. A cirurgia de reversão da laqueadura é uma técnica de difícil execução e com resultados variáveis, a depender da forma como foi feita a primeira cirurgia, dentre outros fatores.
A fertilização in vitro (FIV) é possível após a laqueadura porque, neste procedimento, o óvulo é colocado junto ao espermatozoide fora do corpo da mulher não necessitando da trompa.