Crianças em academia de ginástica: tema polêmico -  (crédito: Pixabay)

Crianças em academia de ginástica: tema polêmico

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Essa segunda-feira (3/6) marcou o Dia da Conscientização contra a Obesidade Infantil. Muitas vezes, essa problemática tem diversas explicações, entre elas o sedentarismo e os maus hábitos diários. A falta de atividades físicas na infância é, muitas vezes, um fator que desencadeia a obesidade. No entanto, há um mito no que se refere à presença de crianças em academias.

 

Os pais, muitas vezes, não permitem que as crianças realizem treinamentos nas academias devido às preocupações com possíveis danos às placas de crescimento ósseo, riscos de lesões, e a crença de que tais atividades poderiam comprometer o desenvolvimento natural e o crescimento das crianças. “Essa crença perdurou por décadas e, até hoje, ainda é presente na sociedade em decorrência do conhecimento empírico e a distância da comunidade científica”, comentou o especialista em fisiologia e medicina esportiva da Estúdio Fly, Lucas Vinícius.

 

Existe uma idade mínima? 

 

De acordo com Vinícius, não existe uma idade mínima para realizar treinamento de força. Desde sempre crianças realizam treinamento resistido, desde quando se penduram no berço ou brincam com o próprio peso do corpo, ou em modalidades esportivas que há treinamento de força, mas não é tão evidente para maioria das pessoas, por exemplo: o jiu-jítsu, judô, cabo de guerra, se pendurar em barras da escola, etc. Todas essas modalidades não atrapalham o processo de crescimento das crianças pela prática quando realizadas de forma correta. Vale ressaltar também que o principal fator que determina o crescimento osteomuscular é o fator genético.

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O atendimento deve ser especializado? 

 

O atendimento se for personalizado é melhor pelos cuidados e atenção necessária com crianças. Contudo, com a orientação correta é possível que a criança realize atividades coletivas com outras crianças. “É pertinente lembrar que talvez o maior risco para crianças em salão de musculação, seja o risco associado a um treinamento desproporcional, o que seria pra qualquer pessoa, não exclusivamente às crianças, mas também a atenção aos aparelhos e cuidados a se deslocar, tendo em vista a dispersão e brincadeiras de algumas crianças”, comenta.

 

 

Tem que estar acompanhado dos pais? 

 

Não necessariamente as crianças precisam estar acompanhadas dos pais, tendo em vista que a criança tende a querer “mostrar” que pode mais para impressionar os pais de alguma forma. “Isso pode ser perigoso ou prejudicial em tentar realizar algo que não faria se os pais não estivessem olhando. Além da falta de atenção das crianças na presença dos pais, as crianças não costumam saber diferir quando é hora de prestar atenção e quando é hora de brincar ou conversar com os pais”.

 

As atividades devem ser lúdicas? 

 

Independentemente da motivação da criança e de seu perfil, atividades lúdicas são fundamentais, haja vista que crianças de modo geral não buscam um objetivo de performance ou estético. Dificilmente veremos uma criança que tem como objetivo “fazer 2 km em x tempo”, crianças querem brincar, seja brincar de ser forte ou brincar de fazer exercícios. E, sobretudo, antes da aula ser efetiva no sentido aperfeiçoamento de capacidades físicas, a aula precisa ser “legal”.

 

Em suma, crianças devem realizar exercícios físicos seja de força ou de outros aspectos como coordenação motora, tendo em vista a alta inatividade de jovens em todo mundo em decorrência do mundo digital. “Isso faz com que crianças façam menos exercício, tenham a coordenação motora, assim como todos aspectos físico e socioafetivos afetados de forma negativa”, conclui o especialista.