A repercussão nacional da morte de um jovem de 27 anos, em São Paulo, durante a realização de um procedimento chamado peeling de fenol, acendeu novamente o alerta dos especialistas sobre os riscos das intervenções estéticas em clínicas, sem o suporte médico, que é uma necessidade em diversos casos. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) emitiu nota técnica sobre o assunto e uma pesquisa recente revela que 66,9% de brasileiros ouvidos em um levantamento relacionado às redes sociais têm desejo de realizar intervenções.
A cirurgiã especializada em medicina estética e professora de cirurgia geral na Faculdade de Medicina de Petrópolis Giselle Schrama fala sobre lesões ou agravamento de efeitos colaterais após os atendimentos estéticos, além da importância do acompanhamento de um especialista, para evitar problemas como o caso recente.
“O médico sabe bem quais são os impactos de cada ação, substância ou ponto onde são realizadas essas intervenções. O uso de ácidos, toxinas e incisões feitas de forma equivocada, pode causar problemas como a cegueira, necrose e até mesmo a morte. A busca dos pacientes por preços acessíveis, sem o entendimento de quais as técnicas usadas, produtos aplicados ou cuidados com o ambiente e o paciente, pode sair mais caro do que o esperado, levando a resultados lamentáveis, como no da vítima que passou pelo peeling de fenol em São Paulo”, comenta.
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A especialista também reforça a necessidade de parâmetros que possam garantir a segurança do paciente envolvido. Além das anamneses, que são avaliações prévias com especialistas, pode ser necessário contar com internações, monitoramento cardíaco, uso de anestesistas ou apoio de equipe multidisciplinar, para alcançar os resultados desejados sem complicações.
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“Como vimos nos estudos e nesse caso recente, as redes sociais despertaram esse interesse pelo imediato, que passa por cima do autocuidado e da preocupação do que pode ser causador de prejuízos à saúde. Procedimentos como o peeling de fenol podem gerar queimaduras, dor intensa, provocar infecções e até questões cardíacas, que são imprevisíveis. A SBD emitiu uma nota técnica recente em que reforça a necessidade desse procedimento ser feito preferencialmente em um hospital, onde a anestesia e o monitoramento cardiovascular são recomendados, para que os resultados esperados de renovação na pele não sejam agressivos ao ponto de causar outras mortes, como houve neste episódio”, salienta Giselle.