SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O CFM (Conselho Federal de Medicina) e o Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) se posicionaram sobre a realização de procedimentos estéticos invasivos como o peeling de fenol, que causou a morte do empresário Henrique da Silva Chagas, 27. As entidades afirmaram que técnicas do tipo devem ser feitas exclusivamente por profissionais médicos capacitados, especialmente aqueles da dermatologia e cirurgia plástica.
Peeling de fenol é seguro? Entenda riscos e cuidados essenciais
O CFM afirma que todo procedimento estético invasivo deve ocorrer em ambiente preparado, "com obediência às normas sanitárias e estrutura para imediata intervenção de suporte à vida, em caso de intercorrências".
O conselho argumenta, em nota, que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deve reforçar a fiscalização nos estabelecimentos que prestam esse tipo de serviço, bem como ampliar o controle de comercialização de medicamentos, equipamentos e insumos.
Já o Cremesp defende a "regulamentação e fiscalização do uso de técnicas e substâncias de alto risco por indivíduos não habilitados na área da saúde", como no caso do empresário.
"É fundamental que essas pessoas sejam responsabilizadas, assim como seus conselhos de classe que atualmente permitem a realização de tais procedimentos sejam notificados", declara, em nota. "A prática de tais procedimentos por pessoas não médicas representa um risco inaceitável para a saúde pública."
A entidade afirma ainda que o fenol, dependendo de sua concentração e utilização, pode ser extremamente tóxico e até fatal.
O peeling de fenol é um tratamento oferecido para amenizar rugas, manchas, cicatrizes de acnes e até melasma. O método tem recuperação lenta e cicatrização que pode levar mais de um ano.
Pode ainda causar picos de arritmia e usa anestesia, por isso deve ser feito em ambulatório clínico ou cirúrgico. As mudanças no ritmo cardíaco ocorrem em decorrência da presença do fenol na corrente sanguínea antes de sua metabolização pelo organismo. A aplicação também deve ser feita em etapas para evitar a sobrecarga.
A SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) afirmou, em nota, que o procedimento é altamente invasivo e agressivo, indicado para tratar casos severos de envelhecimento facial, como rugas profundas. Além disso, tem tempo de recuperação prolongado, exigindo afastamento das atividades habituais por um período estendido.
Complicações podem incluir dor intensa, cicatrizes, alterações na coloração da pele, infecções e até problemas cardíacos imprevisíveis, independentemente da concentração, do método de aplicação e da profundidade atingida na pele.
Apesar dos riscos, quando realizado corretamente, a técnica pode oferecer resultados incomparáveis, segundo a SBD, proporcionando uma renovação intensa da pele, estimulando a produção de colágeno e reduzindo significativamente rugas e manchas.