Apesar de não precisar de cirurgia, caso de Mbappé levantou dúvidas sobre como é a cirurgia de reconstrução após uma fratura -  (crédito: Ozan Kose/AFP)

Apesar de não precisar de cirurgia, caso de Mbappé levantou dúvidas sobre como é a cirurgia de reconstrução após uma fratura

crédito: Ozan Kose/AFP

O jogador de futebol francês Kylian Mbappé fraturou o nariz na última segunda-feira (17/6), na estreia da França contra a Áustria na Eurocopa. Apesar da possibilidade de cirurgia ser descartada pelo presidente da federação francesa, o caso levantou muitas dúvidas sobre o que pode ser feito após uma fratura no nariz. “A fratura nasal não necessariamente precisa ser operada, porque às vezes não teve nenhum desvio, não entortou o nariz ou não está comprometendo a respiração. Nesses casos, a cirurgia não é necessária e o melhor a fazer é ficar em repouso, usando curativo. A cirurgia tem indicação quando ocorre um desvio grande no nariz ou se a fratura está comprometendo a respiração. Nesses casos, deve-se operar o quanto antes ou esperar algumas semanas para o nariz desinchar para reavaliar. Deve ser feita uma tomografia e juntamente ao exame físico definimos se houve desvio e se precisa operar mesmo ou não”, explica o cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS).

 

Mas caso haja a necessidade de cirurgia, o procedimento é a rinoplastia reconstrutiva. “Também chamada de rinoplastia reparadora, ela apresenta uma função essencial para reintegrar a uniformidade e até mesmo a funcionalidade de órgãos da face que tenham sido lesados após um trauma, como um acidente esportivo ou de carro, por exemplo”, explica. “Essa intervenção cirúrgica no nariz é importante para pacientes que tenham sofrido algum trauma que tenha deixado sequelas ou até mesmo prejuízos na respiração. É comum que esses procedimentos necessitem do uso de enxertos de cartilagem da própria pessoa operada”, diz o médico.

 

 

A rinoplastia reconstrutiva é considerada também em situações em que o paciente queira corrigir malformações congênitas. “É muito importante que pacientes que tenham sofrido algum impacto no rosto, que tenha deixado seu nariz torto ou com ‘degraus’ ósseos, busque o mais rápido possível orientação médica. Somente um profissional poderá avaliar, com precisão, a intensidade do dano e a consequente necessidade – ou não – de realizar uma rinoplastia de reconstrução. O médico deve solicitar exames de imagem, como a radiografia ou a tomografia computadorizada. Somente com os resultados em mãos o especialista poderá indicar quais serão os procedimentos necessários para a rinoplastia reconstrutiva”, diz Paolo.

 

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As características do rosto do paciente e do nariz antes do trauma sofrido também são levadas em consideração na hora da realização da operação. Em algumas situações, a rinoplastia reconstrutiva pode ser associada com a septoplastia. “O principal objetivo é devolver ao paciente maior conforto estético, bem como qualidade de vida. A restauração passa também pela necessidade de restabelecer as funções nasais, já que algumas lesões podem atrapalhar até mesmo a qualidade da respiração”, explica o médico. As estruturas que serão manipuladas dependem do tipo e do local da fratura, segundo o cirurgião plástico.

 

As orientações médicas para o pós-operatório da rinoplastia de reconstrução são as mesmas que as convencionais. “Depois de uma hospitalização que varia de 12 a 24 horas, o paciente necessitará de um curativo externo com esparadrapo, reforçado com uma placa que modele e proteja o nariz durante os primeiros sete dias”, explica o especialista.

 

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Segundo Paolo, para atenuar os sintomas, é indicado que o paciente realize lavagens com soro fisiológico, compressas frias e vasoconstritores tópicos prescritos pelo cirurgião. “É válido dizer que o inchaço também é uma reação normal do organismo e costuma desaparecer quase por completo decorrido um mês do procedimento cirúrgico”.