Embora a halitose possa ser uma condição constrangedora e perturbadora, é geralmente tratável com medidas adequadas de higiene bucal -  (crédito: FREEPIK)

Embora a halitose possa ser uma condição constrangedora e perturbadora, é geralmente tratável com medidas adequadas de higiene bucal

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O mau hálito é produzido por pequenas partículas de baixo peso molecular, os compostos sulfurados voláteis (CSVs) que contêm enxofre na sua composição, portanto são gases voláteis e solúveis em água chamados de odorivetores. Essas características permitem o odor atingir o receptor olfativo, geralmente mais fácil de ser percebido por outra pessoa, já que os nossos receptores mais próximos da origem logo ficam saturados e deixamos de sentir tal cheiro.


 

As causas da halitose são provenientes de 90% de motivos bucais e apenas 10% de origem sistêmica. “A descamação natural dos tecidos, a respiração bucal, a presença de restos de comida entre os dentes, a falta de escovação adequada e o acúmulo de biofilme na língua (saburra lingual) e nas amígdalas (cáseos amigdalianos) são alguns dos principais fatores que contribuem para o mau hálito, porque formam substrato (“alimento”) para as bactérias que vivem na boca”, explica a cirurgiã-dentista, Ana Clara Feijó.

 

Existem no mercado irrigadores orais que facilitam muito a higienização e que funcionam em parceria com a escovação. “Eles são capazes de remover a placa bacteriana e os alimentos entre os dentes, abaixo da linha da gengiva, alcançando lugares onde a escova de dentes e o fio dental não chegam”, alerta a dentista.

 

A boca seca, também conhecida como hipossalivação, pode contribuir para o mau hálito, pois a saliva ajuda a limpar a boca e neutralizar os ácidos produzidos pelas bactérias. Se você sentir a boca constantemente seca (xerostomia), mesmo depois de beber água, pode ser um sinal de presença da halitose.

 

 

Mude os hábitos


O fumo e o álcool também são fatores que contribuem para a halitose. O fumante, em geral, tem um elevado ressecamento da mucosa oral e pode ter sua língua transformada em língua pilosa. Essas papilas podem reter mais partículas de alimentos e de restos de células epiteliais descamadas. Já bebidas alcoólicas causam halitose por produzirem um odor característico após serem metabolizadas, além de também causar ressecamento da mucosa oral que aumenta a descamação.


Algumas pessoas com halitose também podem notar alterações no paladar ou na sensação de gosto na boca (disgeusia). Isso pode ser devido às obstruções de matéria orgânica (restos alimentares e células de tecidos descamados) às papilas gustativas e danos causados pelo ácido produzido por bactérias durante a sua “alimentação”.


Pacientes que apresentam a condição frequentemente devem ficar atentos: a halitose é um sinal que indica alguma disfunção orgânica ou fisiológica no organismo.


O impacto psicológico da halitose não deve ser subestimado. Muitas pessoas que sofrem com isso experimentam baixa autoestima, ansiedade social e até mesmo depressão devido ao constrangimento causado pelo odor desagradável. Esses sentimentos afetam significativamente a qualidade de vida e as interações sociais dos indivíduos afetados.


Recentemente o grupo Relaxmedic, marca que trabalha saúde e bem estar, lançou no mercado o irrigador oral sem fio. A gerente de marketing do Grupo, Camila luizzi aponta para a importância desse lançamento e do produto para saúde oral. “É uma excelente escolha para quem usa aparelhos ortodônticos, implantes, coroas, ponte e prótese. Esses aparelhos oferecem um jato de água com alta pressão que alcançam os cantinhos mais difíceis da boca e entre os dentes. O uso diário é capaz de proporcionar uma limpeza mais profunda, juntamente com a escovação mecânica”, completa Camila.


Embora a halitose possa ser uma condição constrangedora e perturbadora, é geralmente tratável com medidas adequadas de higiene bucal. O diagnóstico da halitose geralmente envolve uma avaliação minuciosa da saúde bucal e geral do paciente, além de exames específicos, como o teste do hálito e de salivação. “O tratamento varia dependendo da causa subjacente e pode incluir melhorias na higiene bucal, prescrição de pasta de dente adequada, por vezes associadas a tratamento de condições médicas, e mudanças no estilo de vida, como parar de fumar ou reduzir o consumo de álcool”, alerta Ana Clara Feijó.


Além disso, temos que alertar os diabéticos que também têm maior propensão de desenvolver gengivite e periodontite, que dificultam a higienização adequada. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 40% da população mundial sofre de halitose. O diabetes, só para citar um caso, muitas vezes vem acompanhado de halitose com odor característico (hálito cetônico). Mas, controlando a doença, o cheiro pode ser atenuado. Até mesmo o tratamento oncológico pode desencadear a halitose e para isso também há alternativas terapêuticas como uso de saliva artificial e laserterapia. 


A halitose é uma condição comum, mas muitas vezes subestimada, pode ter um impacto subjetivo na vida de quem a possui. É importante entender as causas e fatores de risco associados ao mau hálito, bem como buscar tratamento adequado para melhorar a qualidade de vida e restaurar a confiança pessoal. Com uma boa higiene bucal, cuidados odontológicos e médicos adequados, é possível controlar e prevenir a halitose, permitindo que as pessoas vivam suas vidas plenamente, sem o peso constrangedor do mau hálito.


Alguns hábitos podem ajudar a atenuar, como por exemplo, ingerir alimentos fibrosos (como cereais e frutas), beber, por dia, ao menos 35 ml de água por kg do indivíduo, mastigar bem os alimentos são alguns dos principais, além sempre fazer uma boa higienização dentária e lingual. “Caso os sintomas persistam é importante e necessário procurar a ajuda de um dentista especialista no assunto que poderá recomendar um tratamento adequado ou, se for o caso, encaminhar ao médico para trabalharem juntos como uma equipe multidisciplinar”, diz a cirurgiã-dentista Ana Clara Feijó.