Esta última semana de junho (23 a 29/6) é dedicada à conscientização sobre a alergia em todo o mundo. A alergia ocular atinge de 15% a 20% da população mundial, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). “A conjuntivite alérgica é uma inflamação da conjuntiva, uma membrana fina e transparente que cobre a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras”, explica o médico especialista em cirurgia refrativa no Oftalmos - Hospital de Olhos, em Santa Catarina, Fernando Ramalho. O especialista lembra que fatores externos, como agentes alérgenos, podem contribuir no agravamento da doença.
Existem quatro divisões para a conjuntivite alérgica: conjuntivite alérgica sazonal, conjuntivite alérgica perene, conjuntivite papilar gigante e ceratoconjuntivite vernal. Fernando Ramalho distingue cada condição e explica como podem ser ocasionadas:
Conjuntivite alérgica sazonal
Considerada a forma mais frequente de conjuntivite alérgica, a conjuntivite alérgica sazonal está associada às mudanças climáticas, sendo mais prevalente na primavera e no outono. Os sintomas podem variar, mas geralmente costumam ser coceira intensa, vermelhidão, lacrimejamento e sensação de ardência nos olhos.
Conjuntivite alérgica perene
A conjuntivite alérgica perene ocorre o ano todo e é provocada por alérgenos do ambiente, como ácaros, mofo e pelo de animais. Os sintomas se assemelham aos da conjuntivite alérgica sazonal, porém costumam ser menos intensos e mais frequentes.
Conjuntivite papilar gigante
Sendo mais frequente pelo uso de lente de contato, a conjuntivite papilar gigante caracteriza-se pela formação de papilas gigantes na conjuntiva tarsal superior. Os sintomas mais comum são coceiras, sensação de corpo estranho nos olhos, vermelhidão e aumento da secreção da mucosa. A suspensão do uso de lentes de contato e a troca regular delas são fundamentais para higienização e recuperação.
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Ceratoconjuntivite vernal
Rara, a ceratoconjuntivite vernal é a condição mais grave da doença, afetando principalmente crianças e adolescentes do sexo masculino. Costuma aparecer tipicamente no verão e pode causar sintomas severos como coceira intensa, secreção viscosa, fotofobia e “manchas” na conjuntiva.
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Tratamento
Fernando Ramalho explica que o tratamento pode variar de acordo com a queixa de cada paciente e reforça que, sem um acompanhamento oftalmológico adequado, a doença pode evoluir causando danos permanentes. O tratamento inclui o uso de colírios antialérgicos, medicamentos orais, compressas frias e o especialista recomenda evitar a exposição a alérgenos conhecidos.