Em 20 de junho, será celebrada a edição de 2024 do Dia Mundial do Câncer de Rim, ação global liderada pela Kidney Cancer Association. A data é um convite a intensificar a atenção a essa doença, que acomete 434.840 pessoas no mundo, ocupando o 14º lugar em incidência entre as doenças oncológicas, de acordo com o levantamento Globocan 2022, do IARC, braço de pesquisa do câncer da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em relação à mortalidade, no mesmo levantamento, o câncer renal ocupa a 16ª posição entre todos os tipos de câncer, com 155.953 vítimas anuais da doença. A doença é mais comum entre os homens, que respondem por 64% dos casos e a incidência é crescente a partir dos 50 anos.


Os rins são dois órgãos em forma de feijão, sendo que cada um é do tamanho de um punho. Eles estão localizados atrás dos órgãos abdominais, com um rim de cada lado da coluna. O tipo mais comum de câncer de rim, respondendo por 90% dos casos, é o carcinoma de células renais. Essa doença é dividida em subtipos como células claras e neoplasia papilífera. Outros tipos, considerados raros, são o Tumor de Wilms (um dos mais comuns na infância), nefroblastoma e sarcoma renal.

 




Um dos maiores desafios do câncer renal é o diagnóstico precoce que, a exemplo, dos demais tipos de cânceres, aumenta o sucesso do tratamento. No entanto, o câncer de rim é uma doença que se desenvolve de maneira muito silenciosa, sem apresentar sintomas no início da evolução da doença. Com isso, é alta a taxa de diagnóstico em fase mais avançada. Dados do SEER, da American Cancer Society, mostram que, em média, os pacientes norte-americanos diagnosticados com câncer renal localizado (com o tumor restrito ao rim) apresentam uma taxa de sobrevida em cinco anos de 93,3%. Mas quando a doença se espalha para os linfonodos, por exemplo, essa taxa cai para 75,1%. Já nos casos de metástase, quando o câncer atinge outros órgãos, a taxa é menor ainda: 18,2%.


Na contramão dos fatores de risco


Quais atitudes a serem tomadas diante desse cenário? Há duas medidas muito importantes, alerta  o cirurgião oncológico Gustavo Cardoso Guimarães, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. A primeira delas está relacionada à prevenção primária da doença com a adoção de hábitos de vida saudáveis que diminuem significativamente o risco.


Os principais fatores de risco associados com o surgimento de câncer de rim são doenças e hábitos potencialmente modificáveis, comuns na população ocidental, como obesidade, diabetes, tabagismo, índice de massa corpórea (IMC) elevado e uso crônico de medicações para controle de hipertensão. “Assim, é preciso ir na contramão dos fatores de risco com a adoção de dieta equilibrada, rica em vegetais e sem excessos de carnes vermelhas e gorduras animais, assim como a cessação do tabagismo, controle de peso e a inclusão da atividade física na rotina diária como medida de redução das taxas de obesidade”, afirma.


Fique alerta aos sinais

 

Câncer de rim é uma doença que se desenvolve de maneira muito silenciosa, sem apresentar sintomas na fase inicial

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A outra medida é estar atento a qualquer sinal, como dor lombar, febre que não passa, dificuldade para urinar, presença de sangue na urina e procurar um médico. Pessoas hipertensas, tabagistas ou com histórico de câncer na família devem ficar mais alertas ainda. “Esses sintomas são comuns a outras doenças, portanto, podem não levar a um diagnóstico de câncer de rim. No entanto, é importante ir ao médico para excluir a possibilidade ou detectar um câncer em estágio inicial, quando as chances de cura são maiores”, recomenda Guimarães.


Como é o tratamento


Em casos diagnosticados no início da doença, o tratamento do câncer de rim, em geral, é cirúrgico, com a remoção do órgão. Se o câncer se espalhou para além do rim, há tratamentos complementares, como radioterapia, terapias-alvo e imunoterapia. Além disso, para casos selecionados com tumor localizado, podem ser consideradas técnicas minimamente invasivas, sem necessidade de remoção do órgão. São elas: crioablação (que congela o tumor a -140 graus centígrados com uma sonda longa e fina para a destruição do tumor) e Ablação por Radiofrequência (nesse caso as células cancerosas são mortas por fonte de calor).

 

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