No Brasil, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) pode afetar até 10% da população. Além do estigma que envolve a causa e a dificuldade do diagnóstico, o cenário torna-se ainda mais desafiador com a falta de disponibilização de opções terapêuticas contempladas dentro do protocolo de tratamento estabelecido pelo sistema público de saúde. A importância de oferecer opções medicamentosas para quem é diagnosticado com o problema foi pauta da audiência pública “O tratamento de TDAH no SUS”, no dia 6 de junho, no plenário 7, em Brasília(DF).

 

Requerida pelo deputado dederal Zacharias Calil (União/GO) e realizada pela Comissão de Saúde na Câmara dos Deputados, a audiência pública contou com os presidentes da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), duas das principais entidades que lideram os debates e avanços científicos e de políticas públicas sobre o TDAH no Brasil.

 



Além de parlamentares engajados com causas ligadas à saúde mental, a agenda inclui nomes como IaneKestelman (presidente da ABDA), Antônio Geraldo da Silva (presidente da ABP) e FabriciaSignorelli, psiquiatra e especialista em Transtornos de Neurodesenvolvimento da infância à vida adulta. “Na prática, pessoas com TDAH, incluindo crianças e adolescentes, não têm garantido qualquer terapia pelo SUS. É urgente que a LEI Nº14.254 seja regulamentada,pois seu texto prevê “a identificação precoce do transtorno, o encaminhamento do educando para diagnóstico, o apoio educacional na rede de ensino, bem como o apoio terapêutico especializado na rede de saúde”, algo que na prática não tem sido feito há quase três anos. São milhares de brasileirosque ficam a margem de um tratamento que pode mudar significativamente suas vidas”, alerta IaneKestelman, presidente da Associação Brasileira de Déficit de Atenção com Hiperatividade (ABDA).


O cenário do TDAH no Brasil

 

O transtorno de atenção com hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico de causas genéticas caracterizado por dois sintomas principais: desatenção e hiperatividade-impulsividade. Embora sempre mais associado ao desenvolvimento infantil, já se sabe que o TDHA atinge também adultos acima dos 18 anos (chegando a dois milhões de pessoas entre 18 e 44 anos) e vem apresentando número maior de diagnósticos também em indivíduos acima dos 44 anos (faixa em que a prevalência chega a 6,1%).

 


De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), o TDHA é amplamente reconhecido pelos especialistas e pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um problema de saúde pública.

 

Mesmo assim, o estigma e a dificuldade de diagnóstico ainda mantêm muitas pessoas à margem do tratamento correto para controlar o problema. Por isso, reconhecer os sinais e buscar um especialista médico para acelerar a busca pelo tratamento adequado são questões fundamentais no cenário do TDAH.

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