Cerca de 20,3 milhões de pessoas, aproximadamente 10% da população, sofrem com asma, segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia(Asbai). Hoje, 21 de junho, marca o Dia Nacional de Controle da Asma - momento em que a luta contra a enfermidade ganha evidência. 

 

Além da predisposição genética, a principal causa da inflamação é o contato com algum tipo de alérgeno, entre eles ácaros da poeira, mofo e pólens. “A exposição em indivíduos com hipersensibilidade resulta na constrição (obstrução) dos brônquios, órgãos responsáveis pelo transporte do ar até os pulmões. Por isso, um dos sintomas é o típico chiado no peito, como se o ar estivesse passando em um local mais estreito do sistema respiratório”, explica Luiz Gustavo Nobre Maia, clínico geral do Hospital Semper.

 



 

Outros sinais do problema são:

  • Tosse
  • Sensação de cansaço
  • Fôlego curto
  • Ciclo respiratório desregulado, com respirações curtas e/ou rápidas
  • Em quadros mais graves, há o comprometimento da oxigenação, o que gera falta de ar intensa

 

Pessoas com histórico familiar de asma ou que tenham outro acometimento das vias aéreas superiores, como rinite alérgica, fazem parte do grupo de risco da doença. "A obesidade também é outro fator importante relacionado a uma maior facilidade em desenvolver um processo inflamatório”, destaca Luiz Gustavo. 

 


Ainda, segundo o especialista, o diagnóstico da doença é predominantemente clínico, obtido por meio da anamnese, entrevista com o paciente - na qual se obtém todo o histórico dos sinais que caracterizam a enfermidade. “Há ainda a avaliação por meio de exame físico, em que são identificados alguns indícios na ausculta do pulmão, compatíveis com o quadro”, completa.

 


Apesar de não ter cura, Luiz Gustavo esclarece que as estratégias de controle da asma são direcionadas, sobretudo, à recorrência dos episódios: há pacientes que precisam usar medicações diárias para diminuir a incidência das crises e há, também, os que tratam apenas os quadros agudos, ou seja, usam medicação nos episódios de intensificação dos sintomas. “Nessa situação, os fármacos irão reduzir a resposta inflamatória nos brônquios e, ao mesmo tempo, dilatar os alvéolos para que o ar tenha condições de chegar em maior quantidade aos locais onde ocorrerão as trocas de oxigênio”.

 

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O clínico geral informa, inclusive, que existem medicamentos contra a doença disponíveis no SUS. “O salbutamol pode ser retirado, sem custo, em farmácias e centros de saúde. Basta apresentar a receita datada e carimbada pelo médico responsável”.

 


Outras medidas, conforme aponta Luiz, também devem ser seguidas pelo paciente asmático, para além dos tratamentos medicamentos. São elas:

 

  • Evitar a exposição à poeira, fumaça, alérgenos e pelos de animais
  • Manipular materiais de limpeza com cautela
  • Interromper/resolver problemas de mofo na residência
  • Lavar periodicamente e, de preferência, forrar colchões e travesseiros com material impermeável para se proteger de ácaros
  • Não fumar e evitar lugares onde outras pessoas fumam

 

“Ainda, é fundamental não interromper o tratamento, pois a negligência pode causar crises agudas, espontaneamente graves e que podem até demandar internação em uma unidade de terapia intensiva e, em alguns casos, infelizmente, acarretar em óbito." 

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie. 

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