Algumas pessoas têm sintomas alérgicos ao entrar em contato com certos materiais ou substância -  gerando desconforto e reações na pele que podem afetar a qualidade de vida do indivíduo. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), 80% dos casos de dermatite de contato são do tipo irritativo.

 

“As alergias de contato podem ser a dermatite de contato alérgica, dermatite de contato irritativa ou, ainda mais raramente, a urticária de contato”, afirma a alergista Maria Elisa Bertocco, do Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE). 

 

A do tipo alérgico normalmente é causada por um mecanismo do sistema imune, que é ativado para tentar eliminar o agente agressor, sendo muito comum seu aparecimento devido aos metais nas bijuterias, que contém níquel ou cobalto, e também nos produtos de cuidados pessoais como sabonetes e produtos capilares, como xampu e tinturas.

 



 

“A dermatite de contato irritativa ocorre com o uso crônico de substâncias que irritam ou agridem a pele, como: detergentes, produtos de limpeza ou devido o uso de substâncias fortes (ácidos e bases) que, mesmo em pequenas quantidades, podem causar lesões graves à pele”, explica Maria Elisa. Ambas podem demorar horas ou dias para se manifestar e as reações mais comuns são manchas avermelhadas, coceira e descamação.

 

Outra causa comum desse tipo de dermatite é o contato com a borracha, por reação às substâncias usadas para a sua produção a partir do látex, que são catalisadores.

 

A urticária de contato é uma reação alérgica que tem um mecanismo diferente, com sintomas que ocorrem logo após que a substância causadora entra em contato com a pele. O látex é o desencadeante mais comum.

 

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“Na urticária, há a formação de pápulas na pele, que são lesões que se manifestam por um inchaço, localizadas e avermelhadas, que desaparecem sem deixar marcas. Caso seja mais grave, as vias respiratórias podem ser envolvidas e pode ocorrer a anafilaxia, que pode ser fatal”.

 

De acordo com a alergista, não há cura para as dermatites de contato, mas existe a possibilidade de controle. A recomendação é procurar especialistas que possam ajudar a identificar as causas e indicar o tratamento adequado e personalizado, que pode envolver medicamentos de alívio sintomático.

 

“Existem testes para confirmar o diagnóstico de alergia a determinadas substâncias e também é possível fazer a escolha de produtos substituam os que causam reações alérgicas na pele do paciente, ajudando a eliminar os agentes responsáveis pela alergia”, recomenda.

 

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.

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