Estudos apontam que a acne afeta mais de 80% dos adolescentes e jovens adultos globalmente. Mas, apenas pessoas com pouca idade enfrentam este problema? De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), mesmo sendo muito frequente na fase da adolescência, a condição não deixa de ser comum também em adultos, principalmente em mulheres. 

 

A acne é o nome dado a espinhas e cravos que surgem devido a um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos. E, além da inflamação, surgem as lesões de acne na pele, ocasionando as cicatrizes. Em um estudo realizado com 1.972 pessoas com acne (idade média de 22,9 anos) foi demonstrado que um em cada quatro participantes teria cicatrizes permanentes, independentemente da gravidade das lesões.

 



 

Para além do impacto físico, as cicatrizes de acne também podem ter um sério impacto no bem-estar emocional das pessoas. Assim, não apenas para adolescentes, mas também para mulheres e homens adultos, essas marcas afetam diretamente a autoestima e o humor

 

Muitas vezes considerada uma condição de curto prazo, a acne é, na verdade, uma condição crônica, o que significa que será contínua se não houver tratamento adequado. Cada vez que uma nova mancha se forma, há chance de se tornar uma cicatriz permanente. Então, o que fazer para evitar o surgimento da acne na vida adulta e tratar as cicatrizes que vem com ela? As dermatologistas Marcia Linhares e Daniela Pimentel dão algumas dicas:
 

1. Evitar espremer ou mexer nas lesões de acne

 

Uma das principais recomendações para quem sofre de acne é evitar manipular as lesões. Espremer ou mexer nas espinhas pode piorar a inflamação e aumentar o risco de cicatrizes. "Além disso, tocar frequentemente o rosto com as mãos ajuda a transferir sujeira e óleo para a pele da face, agravando ainda mais a acne”, explica Marcia Linhares. “Portanto, a manipulação das lesões não só prolonga o tempo de cicatrização como também pode introduzir bactérias na pele, levando a infecções e cicatrizes mais profundas”.
 

2. Adotar hábitos alimentares saudáveis

 

Para Daniela Pimentel, manter uma dieta balanceada é essencial para a saúde da pele. Incluir frutas, vegetais e alimentos ricos em antioxidantes, como laranja, morango e cenoura, pode ajudar a reduzir a inflamação e melhorar a aparência da pele.
 

“Por isso, é importante evitar alimentos processados e ricos em açúcar, que podem piorar a acne. Beber bastante água também é fundamental para manter a pele hidratada e saudável. A hidratação adequada ajuda a eliminar toxinas do corpo, manter a pele mais bonita e saudável, e menos propensa a erupções acneicas”, destaca.
 

3. Manter uma rotina de cuidados com a pele

 

"Adotar uma rotina consistente de cuidados com a pele é crucial para controlar a acne. Para isso, basta focar em três passos: limpeza, hidratação e proteção”, afirma Marcia. Ela ensina que primeiro deve-se limpar o rosto pelo menos duas vezes ao dia com um limpador adequado ao seu tipo de pele. "E, mesmo se você tiver pele oleosa, sempre use um hidratante não comedogênico para manter a pele equilibrada. Além disso, se estiver de dia, não esqueça de passar o protetor solar”,orienta.

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4. Identificar as chances de formação de cicatrizes

 

"Os riscos de cicatrizes não dependem apenas da gravidade das lesões, mas também de fatores como histórico familiar; se a lesão de acne foi estourada ou espremida; tempo entre o aparecimento das lesões e seu tratamento eficaz; e se elas persistirem”, revela Daniela. “Ao prevenir a formação de novas lesões com um tratamento a longo prazo, você e o seu dermatologista podem trabalhar para reduzir a formação de cicatrizes e assim o impacto psicológico que elas podem gerar”.
 

5. Use produtos específicos para acne

 

Outro ponto lembrado por Marcia é o cuidado ao escolher os produtos para o tratamento. Segundo ela, com o avanço do mercado de beleza e autocuidado, existem tratamentos e produtos com componentes específicos para peles oleosas e acneicas que prometem amenizar essa situação. O ácido salicílico, por exemplo, esfolia as células mortas da pele e desobstrui os poros, prevenindo novas lesões.
 

Mas a dermatologista lembra que é fundamental consultar um especialista antes. “Produtos que removem completamente os óleos naturais da pele podem causar um efeito rebote, fazendo com que a pele produza ainda mais óleo. Por isso, é sempre recomendado fazer acompanhamento com dermatologistas e utilizar produtos com qualidade e eficiência comprovadas”, alerta.
 

6. Tratamentos estéticos para reduzir cicatrizes

 

Além disso, Daniela lembra que, para quem já tem cicatrizes, um dos tratamentos que pode ajudar a amenizar as marcas é a aplicação de ácido hialurônico injetável. “É um procedimento realizado em consultório que promove a hidratação profunda da pele e melhora qualidade da derme, melhorando o aspecto das cicatrizes”. 

 

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.

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