Neuralgia do trigêmeo é responsável por causar uma das piores dores do mundo -  (crédito: Internet/Reprodução)

Neuralgia do trigêmeo é responsável por causar uma das piores dores do mundo

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A neuralgia do trigêmeo, doença que afeta a mineira Carolina Arruda, de 27 anos, é considerada a causadora de uma das piores dores do mundo por especialistas e pacientes. Por conta do quadro, ela organizou uma vaquinha on-line para realizar a eutanásia na Suíça, já que perdeu as esperanças de encontrar uma cura.

 

O quadro afeta o nervo trigêmeo, responsável pela sensibilidade da face, causando dores fortes em um ou nos dois lados do rosto. Apesar de pouco conhecida – pelo menos até o caso de Carolina viralizar –, a doença é considerada comum no Brasil com uma estimativa de cinco casos a cada 100 mil habitantes por ano e costuma acontecer mais em mulheres a partir dos 50 ou 60 anos, mas pode atingir homens e outras faixas etárias.

 

 

Trata-se de um quadro de dor lancinante, além de proporcionar uma sensação de choque na área afetada. Ela se manifesta por meio de crises que se intercalam com períodos de remissão. Mas ao longo do processo, esses intervalos sem dor podem se tornar cada vez mais raros e a dor mais constante.

 

Por conta da sensibilidade dos nervos, causada pela doença, até mesmo o toque do passar do vento no rosto pode causar dores extremas. Certos movimentos, como falar, rir e mastigar também podem estimular as dores, e ações simples do cotidiano, como escovar os dentes ou consumir alimentos quentes ou líquidos gelados podem desencadear crises.

 

 

Costuma acontecer em apenas um lado da face e sua localização varia de acordo com a porção do nervo afetada, na região da testa, na região maxilar ou próximo à mandíbula. No caso de Carolina Arruda, a dor afetou os dois lados da face, um caso considerado raro na medicina, diante da pouca idade da jovem.

 

 

Carolina Arruda chega a comparar "a choques elétricos equivalentes ao triplo da carga de uma rede de 220 volts, que atravessam meu rosto constantemente, sem aviso e sem trégua", define ela.

 

Diagnóstico e tratamento

 

Nem sempre o diagnóstico é feito de imediato, especialmente se o paciente não relata os sintomas de forma precisa ou se o médico desconhece a fundo a doença. Para identificar a doença, o médico observa clinicamente as características das dores, idade do paciente e histórico médico. Também é feito um exame de ressonância magnética do encéfalo, que apontará ou não a existência de uma compressão do nervo por parte de outra estrutura vascular, ou até mesmo um tumor na região do nervo trigêmeo.

 

Sua forma clássica é aquela em que uma artéria se desloca e atinge o nervo do trigêmeo – responsável por fazer com que o ser humano sinta, por exemplo, a picada de um pernilongo. Em seguida, ocorre a dor, desencadeada por um estímulo sensorial. Em outros casos, a neuralgia do trigêmeo pode decorrer de quadros como esclerose múltipla, que causa a lesão dos nervos, comprimindo-o.

 

Inicialmente, o tratamento deve ser clínico e medicamentoso com o objetivo de amenizar as dores. Quando estes não forem mais eficientes, o paciente deve ser direcionado para tratamentos cirúrgicos ou de radiofrequência.

 

No caso de Carolina, nenhum dos tratamentos funcionou, por isso ela decidiu pelo suicídio assistido na Suíça.

 

“Eu tive esperança várias vezes, em cima de vários procedimentos, tanto cirúrgicos quanto farmacológicos que eu tentei e essa experiência só fez piorar. Só fez com que eu ficasse mais ansiosa e cada vez mais decepcionada depois que a tentativa não dava certo. Pra mim, já passou essa fase de achar que tem solução, porque eu sei que não tem mais”, contou a jovem ao Estado de Minas.

 

O ideal é que um neurocirurgião possa assistir a pessoa para um tratamento adequado.