Dia Nacional de Alerta contra a Insuficiência cardíaca, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre seus sintomas e diagnóstico precoce. -  (crédito: Tiger Wong/Pixabay)

Dia Nacional de Alerta contra a Insuficiência cardíaca, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre seus sintomas e diagnóstico precoce.

crédito: Tiger Wong/Pixabay

Considerada a terceira causa de internação em pessoas com mais de 60 anos, a insuficiência cardíaca atinge cerca de 3 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. Nesta terça-feira (9/7) é o Dia Nacional de Alerta contra a Insuficiência cardíaca, que tem o objetivo de conscientizar a população sobre seus sintomas e diagnóstico precoce.

 

 

Segundo o cardiologista Flavio Cure, responsável pelo serviço de Cardio-oncologia da Rede D’Or, a insuficiência cardíaca (IC) é uma das principais doenças crônicas que causam mortalidade e morbidade no mundo e se caracteriza pela deficiência no bombeamento de sangue para o coração prejudicando o funcionamento de diversos órgãos e tecidos.

 

 

“A insuficiência cardíaca causa redução do fluxo sanguíneo e refluxo (congestão) do sangue nas veias e pulmões, além de outras alterações que podem prejudicar a saúde do coração. Caso não seja tratada de forma adequada após o diagnóstico, pode reduzir a expectativa de vida ao causar infarto e obstrução das coronárias”, ressalta.

 

 

Conhecida como a doença do coração fraco, a insuficiência cardíaca tem como principais sintomas:

 

* Falta de ar

* Batimentos cardíacos acelerados

* Inchaço nas pernas

* Fadiga

* e dificuldade para realizar tarefas simples do dia a dia

 

Causas

 

A insuficiência cardíaca pode ser causada por fatores diversos, sendo os principais:

 

* Doença arterial coronariana (Infarto do miocárdio)

* Pressão alta (hipertensão arterial)

* Doenças das válvulas do coração

* Doença cardíaca congênita

* Miocardite (inflamação do músculo coração)

* Diabetes

* Obesidade

* Tabagismo


O tratamento pode incluir mudanças na dieta, como a ingestão limitada de sal e de líquidos, bem como o uso de medicamentos com prescrição. Em alguns casos, o médico pode solicitar que seja implantado um desfibrilador ou marca-passo.

 

Para auxiliar no diagnóstico, o cardiologista pode solicitar exames como ecocardiograma, eletrocardiograma (ECG) e radiografia do tórax. Além deles, o teste de esforço e a cateterismo cardíaco também podem complementar a investigação do quadro.

 

“É importante estar atento aos sinais. Se uma pessoa apresenta fadiga após tarefas simples ou mesmo em repouso precisa investigar a saúde do coração”, disse.

 

Aqueles que já apresentam alguma comorbidade como diabetes, hipertensão arterial ou colesterol alto devem redobrar a atenção para a insuficiência cardíaca que pode causar infarto e obstrução das coronárias.

 

A insuficiência cardíaca no tratamento do câncer

 

O médico complementa que pacientes que fazem tratamento de quimioterapia também precisam ter atenção à insuficiência cardíaca.

 

Segundo o especialista, a disfunção cardíaca relacionada ao tratamento de quimioterapia (QT) é um dos efeitos indesejáveis e ocorre em cerca de 10% dos pacientes. É o caso de mulheres que fazem o tratamento para o câncer de mama. A prevalência de pacientes que desenvolvem insuficiência cardíaca, secundária ao uso de quimioterapia como antraciclinas, gira em torno de 3% a 5%, a depender da dose utilizada.

 

“É importante que haja um trabalho multidisciplinar e integrado entre o oncologista e o cardiologista a fim de que o tratamento do câncer se torne uma medida preventiva cada vez mais importante sem afetar a saúde do coração”, explica o cardiologista.