O transtorno de escoriação frequentemente ocorre em conjunto com outras condições neurodivergentes -  (crédito: Freepik)

O transtorno de escoriação frequentemente ocorre em conjunto com outras condições neurodivergentes

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O transtorno de escoriação (TE), também conhecido como dermatotilexomania, é um distúrbio caracterizado pelo hábito compulsivo de cutucar a pele, resultando em lesões de vários tamanhos, algumas das quais podem se tornar feridas graves. Psicóloga especializada em terapia cognitiva comportamental, Leticia Mendes esclarece os impactos desse transtorno na autoestima e autoconfiança, e indica estratégias eficazes para gerenciar esse comportamento.

De acordo com a psicóloga, o transtorno de escoriação é um comportamento recorrente e automático, que para a pessoa parece incontrolável. Esse comportamento compulsivo afeta diretamente a aparência da pele, gerando sentimentos de vergonha, culpa e frustração pela falta de controle. "Essas emoções negativas impactam profundamente a autoestima e a autoconfiança, criando um ciclo vicioso difícil de romper", acrescenta Leticia.

 

O TE frequentemente ocorre em conjunto com outras condições neurodivergentes, como ansiedade, depressão, transtorno de personalidade borderline e transtorno obsessivo compulsivo (TOC). "Essas condições podem apresentar comportamentos autodestrutivos devido à dificuldade de manifestar sentimentos de raiva ou como uma forma de alívio momentâneo de emoções negativas", explica Leticia. A psicóloga também destaca a correlação entre o TE e a baixa produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores essenciais para o bem-estar emocional.

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Identificar e gerenciar os gatilhos emocionais é crucial para controlar o comportamento de escoriação. "Os gatilhos podem ser desencadeados por memórias traumáticas, comentários de outras pessoas, estresse, mudanças e pensamentos intrusivos", aponta Leticia. O treinamento de reversão de hábitos é uma técnica psicológica eficaz que envolve a conscientização do comportamento, o monitoramento dos gatilhos e a substituição do comportamento por uma escolha mais adaptativa. Algumas ações práticas incluem:

- Manter as mãos ocupadas

- Manter as unhas curtas

- Cuidar da pele com produtos de textura e cor

- Utilizar luvas para aumentar a consciência do comportamento

- Evitar situações e locais que desencadeiam o hábito

- Praticar distanciamento emocional para evitar reações impulsivas

- Compartilhar sentimentos e pensamentos com pessoas de confiança

- Adotar comportamentos prazerosos e funcionais como substitutos da escoriação

- Importância de uma rotina saudável e equilibrada

A construção de uma rotina saudável é fundamental para reduzir os comportamentos de escoriação. Leticia Mendes recomenda incluir exercícios físicos regulares, práticas de relaxamento, alimentação balanceada, hobbies e relacionamentos saudáveis. "Essas práticas aumentam a produção de neurotransmissores que promovem o bem-estar, gerando maior equilíbrio emocional e diminuindo a frequência das emoções que precipitam o comportamento de escoriação", explica.

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Adotar atividades que envolvem o uso das mãos pode ser particularmente eficaz. "Manter-se ocupado com práticas prazerosas e significativas favorece a distração e a reversão do hábito de cutucar a pele", aponta a psicóloga.