Dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia mostram que, aproximadamente, 25% dos idosos ativos e saudáveis apresentam alguma dificuldade na deglutição -  (crédito: Freepik)

O problema é chamado de disfagia e pode atingir pessoas de qualquer idade, mas costuma ser mais recorrente depois dos 60 anos

crédito: Freepik

Situações de engasgo são comuns entre os idosos. Dificuldades para engolir podem estar associadas a doenças graves ou apenas ao processo de envelhecimento, mas, em ambos os casos, é importante uma investigação mais aprofundada sobre o que está acontecendo.

 

Dados da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia mostram que, aproximadamente, 25% dos idosos ativos e saudáveis apresentam alguma dificuldade na deglutição. Quando a pessoa tem alguma comorbidade, o percentual pode chegar a 70%, conforme o caso.

 



 

O problema é chamado de disfagia e pode atingir pessoas de qualquer idade, mas costuma ser mais recorrente depois dos 60 anos, como explica o médico especialista em cabeça e pescoço, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ullyanov Toscano. “A disfagia é uma dificuldade na sequência dos movimentos da boca até o estômago. Na maioria dos casos, ocorre ao ingerir algum alimento, líquidos, comprimidos e saliva. Pode acontecer devido ao processo de envelhecimento, com a perda da massa muscular, ou por problemas neurológicos, próteses dentárias mal adaptadas, câncer, traumas na região da cabeça e pescoço, e transtornos emocionais”, comenta.

 

Entre os anos de 2007 e 2010, o engasgo com a comida ocasionou a morte de 2.114 pessoas com mais de 65 anos nos Estados Unidos, segundo dados do Centro para Controle e Prevenção de Doença do país. A frequência de mortes por engasgo, seja por asfixia ou pneumonia por aspiração, é muito maior na terceira idade do que em qualquer outra faixa etária.

 

Leia: Risco de engasgo é maior entre idosos e crianças; saiba como agir

 

Os riscos estão relacionados ao comprometimento de vias respiratórias, que pode ocasionar pneumonias ou outras complicações. Quem sofre com engasgos e tem dificuldades para engolir costuma trocas alimentos sólidos por pastosos. No entanto, é preciso ficar em alerta. “Se por um lado você melhora o quadro, por outro pode correr o risco de desnutrição. A mudança da consistência alimentar requer o acompanhamento de um especialista para que a dieta não perca os nutrientes importantes para aquela pessoa”, complementa Ullyanov Toscano.

 

O médico lista os alimentos com alto risco de engasgos que devem ser evitados por idosos:

 

- Uvas, azeitonas e tomate cereja: alimentos com formatos ovalados, arredondados ou cilíndricos são os campeões para o risco de asfixia por apresentarem o diâmetro semelhante ao das vias aéreas superiores

 

Leia: Sufocação ou engasgo ocupa terceiro lugar por mortes de crianças no Brasil

 

- Salsicha: frequentemente causam o problema, pois são cortadas em formas arredondadas e as vezes grossa. Se sugados, sem a mastigação, elas podem entalar na garganta causando o engasgo. Neste caso, corte as rodelas em quatro pedaços pequenos
 

- Amendoins, sementes, nozes e outras castanhas: exigem maior trituração e também são mais perigosos devido à capacidade reduzida de mastigação plena

 

- Pipoca: nas situações de engasgo com pipoca, o alimento desce pela via errada. Ou seja, ao invés do milho ir para o esôfago, pode pegar a laringe, por exemplo, e obstruir a passagem de ar. Essa situação pode ser comum por conta do tamanho do alimento, que é pequeno