Basta chegar o inverno que muitas pessoas começam a reclamar da piora de dores articulares. Esse fenômeno é bastante comum e afeta significativamente a qualidade de vida de muita gente. Mas a verdade é que, apesar de o frio pode aumentar alguns sintomas, doenças como Osteoartrite, Artrite Reumatoide, Gota, Fibromialgia, dores musculares e articulares não específicas, não pioram nem surgem devido às baixas temperaturas.

 


De acordo com a presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia, Maria Fernanda Guimarães, de fato, é comum associar o frio e as doenças reumáticas, caracterizadas por dores nas articulações, principalmente nessa época do ano. A reumatologista explica que, com a queda da temperatura, as pessoas tendem a se encolher. “Há constrição da circulação sanguínea – os vasos ficam mais estreitos –, além de contraturas dos tecidos, tendões e músculos, visando a armazenar o máximo de calor no organismo. As articulações, evidentemente, podem sofrer com tudo isso. Quando existe uma lesão prévia, o paciente tem a percepção de piora da dor e pode apresentar dificuldade para se movimentar, além de rigidez nas juntas”, afirma.


Os sintomas são mais intensos nas articulações periféricas, como os pés e as mãos, nas quais a temperatura corporal é menor, sobretudo se a pessoa também tiver alguma insuficiência circulatória afetando artérias e/ou veias. Maria Fernanda lembra ainda que o frio é um dos estímulos mais conhecidos para o agravamento do espasmo vascular conhecido como fenômeno de Raynaud.


O paciente com essa manifestação geralmente sofre mais sob baixas temperaturas, em locais onde o inverno é mais rigoroso. Assim, a irrigação sanguínea diminuída, acompanhada ou não desse fenômeno, pode provocar contratura e dor. Em alguns casos podem surgir lesões de pele dolorosas nas extremidades, com edema e rachaduras, em especial nas articulações dos pés e das mãos.

 




Aliviando a dor com o calor  


Para reduzir a sensação de maior intensidade da dor diante das baixas temperaturas, a presidente da Sociedade Mineira de Reumatologia, Maria Fernanda Guimarães recomenda manter-se bem protegido contra o frio, com agasalhos apropriados. Além de recorrer a banhos de água morna e ao uso de bolsas térmicas nas áreas afetadas. O calor descontrai músculos, tendões e ligamentos, aliviando a pressão sobre as articulações e favorecendo a circulação sanguínea. 

 


Porém, só isso não basta. Atividades físicas orientadas e de baixo impacto, como caminhadas, não apenas promovem aquecimento, como também ajudam a manter a lubrificação adequada das articulações, reforçando os músculos que as sustentam. “Exercícios de alongamento também são importantes, pois mantêm o tônus, a flexibilidade e a amplitude dos movimentos. Quando as dores persistem por vários dias ou semanas, podem ser sinal de algum outro problema. Em tais casos é imprescindível buscar a avaliação de um reumatologista”, alerta Maria Fernanda.


As dores articulares no inverno são um desafio para muitas pessoas, especialmente aquelas com condições reumáticas pré-existentes. Com cuidados preventivos e seguindo orientações médicas, é possível minimizar o impacto desses sintomas e desfrutar de uma melhor qualidade de vida durante toda a estação.




Inverno: doenças ósseas pioram no tempo frio

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