O alto número de casos de hepatite A registrado em Curitiba (PR) este ano - 150 registros entre janeiro e 26 de abril - acendem alerta para o combate à doença. “Nossas equipes estão investigando todos os casos confirmados, inclusive com a realização de inquérito telefônico. Os números nos alertam para a necessidade de intensificar os cuidados preventivos”, informa o médico e diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alcides de Oliveira.

 

A principal orientação é intensificar os cuidados de higiene das mãos antes de comer e após usar o banheiro, a atenção à qualidade da água, tanto para o consumo quanto aquela usada para lavar frutas e verduras, e o uso de preservativos nas relações sexuais.

 

A investigação realizada pelo Centro de Epidemiologia não identificou focos de contaminação de água ou alimento, o que reforça o comportamento sexual desprotegido como fonte provável de contaminação. “A prática de sexo seguro, principalmente anal/oral, tem se mostrado uma indicação necessária, principalmente entre os jovens, que não estão imunizados contra a Hepatite A”, reforça Alcides Oliveira.

 

Quem teve Hepatite A na infância, quando a situação de saneamento básico ainda estava aquém do necessário e era comum a contaminação por água não tratada, já tem imunidade contra a doença. As crianças, vacinadas desde 2014 pelo sistema público, também estão protegidas. Já o jovem adulto, faixa etária que concentra 80% das confirmações, não tem imunidade contra a doença porque não foi vacinado, o que reforça ainda mais a necessidade das ações preventivas indicadas.

 

Casos

 

 

Também foram confirmados três óbitos por Hepatite A aguda neste ano: uma mulher de 29 anos, e dois homens, de 40 e 60 anos. Um homem de 46 anos precisou de transplante hepático em decorrência da doença e já está recuperado.



 

Sintomas

 

Os sintomas da Hepatite A muitas vezes podem ser confundidos com os de outras doenças. Os principais são fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Com a evolução do quadro, podem surgir sintomas gastrointestinais como enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia.  A pessoa contaminada também pode apresentar urina escura (cor de coca-cola) e a pele e os olhos amarelados (icterícia).

 

Vacina

 

Desde 2014, a vacina de hepatite A está disponível no calendário básico de vacinação do SUS para crianças menores de 5 anos. Todas as Unidades de Saúde da capital paranaense oferecem a imunização contra a doença.

 

No Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) a vacina de Hepatite A está disponível para os seguintes grupos:

 

  • Hepatopatia crônica de qualquer etiologia, inclusive portadores do vírus da hepatite C e B.
  • Pessoas vivendo com HIV/aids.
  • Imunodepressão terapêutica ou por doenças imunodepressoras.
  • Coagulopatias, doenças de depósito, fibrose cística, trissomias, hemoglobinopatias.
  • Candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes.
  • Transplantados de órgão sólido (TOS).
  • Transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH).
  • Asplenia anatômica ou funcional de doenças relacionadas.

 

Saiba como prevenir a contaminação pela hepatite A

 

  • Lavar as mãos (incluindo após o uso do sanitário, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos)

  • Lavar com água tratada, clorada ou fervida os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos

  • Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes

  • Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras

  • Usar instalações sanitárias

  • No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária

  • Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto

  • Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios

  • Usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais.

 

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