80,35% dos indivíduos analisados apresentam uma predisposição genética para melhor desempenho em atividades de força e explosão, como musculação e crossfit, enquanto outros 19,65% podem se destacar mais em atividades de resistência. O levantamento foi realizado pela Genera, laboratório de testes genéticos direto ao consumidor no Brasil, que realizou um levantamento a partir da sua base de dados (com mais de 300 mil amostras e a maior do país) e traçou a frequência populacional de algumas predisposições genéticas que afetam diretamente a performance esportiva, predominantes no DNA Brasileiro.

 

Atualmente, ao fazer um teste genético, o indivíduo pode ter acesso às informações de características como força, resistência, velocidade, entre outros que estão relacionadas ao seu DNA. “Hoje em dia vemos milhões de brasileiros que querem levar a atividade física a sério, de uma forma mais profissional, inclusive com acompanhamento de multiprofissionais. Quando adicionamos os dados genéticos, temos mais um fator de motivação para que aquela pessoa trabalhe de maneira personalizada a partir do conhecimento das suas predisposições”, afirma Gabriel Ximenes, anestesiologista.
 

 

Um dado importante que é possível entender por meio dos testes genéticos é a predisposição ou não para o índice de massa corpórea (IMC) elevado, associado ao gene FTO, que está relacionado à obesidade. Segundo a Genera, 64,04% das pessoas analisadas apresentam predisposição ao IMC elevado. Ao ter essa informação, a pessoa pode aumentar seu volume semanal de horas de treino, bem como ter uma motivação maior para monitorar seu peso regularmente e buscar um nutricionista que desenvolva um plano alimentar de acordo com suas necessidades individuais.

 

Gabriel, por exemplo, recomenda os testes genéticos para os seus pacientes em fase pré cirúrgica. “Com o entendimento das características genéticas do paciente é possível criar um protocolo pré-cirúrgico estratégico, voltado ao esporte e alimentação, que ajude esse paciente a evitar lesões, ter maior controle da dor e quem sabe uma recuperação mais rápida após a cirurgia” diz.


 

Algumas pessoas apresentam maior predisposição para danos musculares induzidos pela prática da atividade física e necessitam de um acompanhamento profissional mais atento, com atenção para progressões de carga na academia, períodos de descansos adequados, além de estratégias nutricionais e de suplementação que as ajude a alcançar seus objetivos enquanto minimiza os riscos de lesão.


 

Outra característica que pode influenciar no treino esportivo é a predisposição para ganhar massa muscular com facilidade. De acordo com o levantamento, 71,34% apresentam essa característica que pode indicar uma vantagem para pessoas que buscam mais ganho de massa por meio do treino e alimentação.


 

A capacidade cardiorrespiratória é outra área onde a genômica pessoal pode fazer uma diferença significativa. Com cerca de 33,73% da população tendo predisposição para uma menor capacidade cardiorrespiratória, ainda de acordo com o levantamento, a identificação dessa predisposição permite uma abordagem mais direcionada e eficaz para melhorar a resistência cardiovascular, seja em corridas, ciclismo ou outras atividades aeróbicas.

 

Genes 
 

Outro gene que pode ser analisado é o COMT, conhecido como “gene guerreiro”, que está relacionado a forma como as pessoas lidam com situações de estresse e pressão. Esse gene possui duas variações: “warrior” e “worrier”. Indivíduos com a variante "warrior" podem se beneficiar de estratégias de treinamento que desafiem sua calma sob pressão, enquanto aqueles com a variante "worrier" podem se beneficiar de técnicas de controle do estresse e ansiedade. 48,59% dos indivíduos analisados no levantamento da Genera apresentam predisposição intermediária, ou seja, equilibram entre as duas variantes.
 

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O gene Clock também tem papel fundamental na performance esportiva, pois é responsável pela regulação do ciclo circadiano, que são os ciclos biológicos de aproximadamente 24 horas que influenciam o sono, a vigília e muitos outros processos fisiológicos. Variações nesse gene podem afetar a preferência por horários diurnos ou noturnos, o que, por sua vez, pode explicar por que algumas pessoas devem preferir treinar pela manhã ou a noite. 

 

“Ajustar o horário dos treinos de acordo com o ritmo circadiano natural de cada pessoa pode resultar em maior eficiência, melhor recuperação e uma experiência de treino mais agradável”, complementa Gabriel.

 

Qualquer pessoa que pratica atividades físicas ou deseja iniciar pode se beneficiar ao entender suas predisposições genéticas. Seja na academia, no crossfit, na corrida ou em outras atividades, a genômica pessoal oferece uma abordagem personalizada que pode melhorar significativamente os resultados e a satisfação com a prática esportiva.

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